A população brasileira chegou a 213,3 milhões de habitantes, mas neste cálculo não estão consideradas as mortes causadas pela pandemia do novo coronavírus — que ontem, segundo o levantamento do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, chegou a 578.326 óbitos. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base em estimativas das populações residentes nos 5.570 municípios.
A última década registrou um aumento do número de grandes municípios no Brasil. No Censo de 2010, somente 38 tinham população superior a 500 mil habitantes e, desses, 17 tinham mais de 1 milhão de moradores. Mas, em 2021, o número de cidades com mais de 500 mil habitantes subiu para 49 e, juntas, representam 31,9% da população brasileira, com 68 milhões de pessoas.
As 17 cidades com população superior a um milhão de habitantes concentram 21,9% da população — 46,7 milhões de pessoas. O levantamento mostrou, ainda, que 67,7% dos municípios (3.770) têm menos de 20 mil habitantes e têm 14,8% dos cidadãos, aproximadamente 31,6 milhões de habitantes.
De acordo com o IBGE, os dados de 2021 indicam que mais da metade dos brasileiros (57,7%) — cerca de 123 milhões de habitantes — se concentra em apenas 326 municípios (5,8% das cidades) que têm mais de 100 mil habitantes. As 26 capitais e o Distrito Federal somam mais de 50 milhões de habitantes em 2021, o que significa 23,87% da população brasileira. Excluindo essas cidades, os municípios mais populosos são Guarulhos (SP), Campinas (SP), São Gonçalo (RJ), Duque de Caxias (RJ), São Bernardo do Campo (SP), Nova Iguaçu (RJ), São José do Campos (SP), Santo André (SP), Ribeirão Preto (SP) e Jaboatão dos Guararapes (PE).
As cidades brasileiras com as menores populações são Serra da Saudade (MG), com 771 habitantes; Borá (SP), com 839; Araguainha (MT), com 909; e Engenho Velho (RS), com 932 moradores.
Impactos
Segundo Márcio Mitsuo Minamiguchi, gerente de Estimativas e Projeções de População do IBGE, devido à covid-19 os dados preliminares do Registro Civil e do Ministério da Saúde apontam para um excesso de mortes, principalmente entre idosos, e uma diminuição dos nascimentos para as próximas projeções populacionais. E como a pandemia não acabou, ainda não é possível dimensionar o impacto do novo coronavírus nos cálculos da população.
“Devido à ausência de novos dados a respeito da migração, que juntamente com a mortalidade e fecundidade constituem as chamadas componentes da dinâmica demográfica, ainda não foi elaborada uma projeção da população para os estados e o Distrito Federal que incorpore os efeitos do contexto sanitário atual na população”, observou.
As consequências demográficas da pandemia poderão ser estimadas a partir do Censo de 2022. “Trará não somente uma atualização dos contingentes populacionais, como também subsidiará as futuras projeções, fundamentais para compreender as implicações da pandemia sobre a população, não somente no curto, mas também no médio e longo prazo”, salientou.
As estimativas populacionais municipais levantadas pelo IBGE são um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para o cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios.
*Estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi
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municípíos
abrigam mais de 500 mil habitantes e concentram aproximadamente 68 milhões de pessoas
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