Policial rouba carne e é acobertado por colegas; MP entrou com ação na Justiça

Ação movida pelo MP também atinge outros militares que tentaram contornar flagrante. Fato aconteceu em novembro, dentro de um açougue

Um policial militar lotado em Ipatinga, na região mineira do Vale do Rio Doce, vai responder por furto mediante fraude e improbidade administrativa. O Ministério Público informou que moveu uma ação na Justiça contra o suspeito nesta terça (10/8).

De acordo com o MP, o caso aconteceu em novembro do ano passado, dentro de um açougue de Ipatinga. O militar pediu duas carnes ao atendente, mas colocou os dois alimentos dentro de uma mesma sacola.

O objetivo era fraudar o preço do produto, já que o caixa do açougue cobraria apenas uma etiqueta de código de barras. Fiscais do estabelecimento, porém, flagraram o crime e abordaram o homem, segundo a promotoria.

Uma viatura da corporação estava estacionada próxima ao açougue. Os fiscais, então, acionaram esses policiais para que o colega deles fosse preso em flagrante.

Mas, os militares tentaram contornar o problema. Segundo o Ministério Público, eles disseram que se tratava de um mal entendido e tentaram acobertar o furto.

Como o policial já tinha histórico de suspeitas de furto no açougue, o estabelecimento levou o caso à frente, o que gerou a abertura de um Inquérito Policial Militar (IPM). O apurado no IPM resultou na ação movida pelo MP.

Além do furto qualificado por fraude, a promotoria pediu que o militar seja julgado por improbidade administrativa, uma vez que o crime vai na contramão da função pública do policial.

Dessa maneira, ele também pode perder o cargo de militar. Quanto ao crime de furto qualificado, a pena é fixada entre dois e oito anos de prisão, além de multa.

Prevaricação

O MP também moveu uma terceira ação contra os outros policiais que tentaram abafar o caso. Eles vão responder por prevaricação, o crime que paira sobre um agente público quando ele deixa de cumprir uma obrigação que cabe a sua função.

A promotoria não divulgou os nomes dos policiais que são alvos das ações. A abertura ou não de processo contra eles depende, agora, da Justiça.