EDUCAÇÃO

Ribeiro se desculpa por críticas aos deficientes

Cristiane Noberto
postado em 02/09/2021 00:41
 (crédito: Credito:Luis Fortes/MEC)
(crédito: Credito:Luis Fortes/MEC)

O Ministro da Educação, Milton Ribeiro, pediu, ontem, desculpas por ter dito que “alunos com deficiência atrapalham o aprendizado de outras crianças sem a mesma condição”, em sua participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, em agosto. Em uma audiência a portas fechadas, na Câmara dos Deputados, ele também assumiu ter “pouco conhecimento” sobre as causas das pessoas com deficiência, conforme confirmaram, ao Correio, deputados presentes ao encontro. E garantiu que vai se informar melhor sobre os estudantes especiais para que o Ministério da Educação possa adotar políticas que os integrem e os favoreça.

“O ministro pediu muitas desculpas, disse que sua fala foi muito equivocada e assumiu sua responsabilidade. Ele ouviu a todos e foi muito receptivo. Apesar de declarações infelizes, essa questão mostrou a necessidade do debate e da defesa de um sistema inclusivo, além de investimento para as escolas receberem os deficientes. O ministro foi muito humilde e disse que essa é uma área que pouco domina”, assegurou o deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG).

A presidente da Comissão de Educação, Professora Dorinha (DEM-TO), também confirmou o arrependimento do ministro e disse que, após as exposições dos deputados, reconheceu o erro.

Mas, segundo a deputada Erika Kokay (PT-DF), mesmo que Ribeiro tenha pedido desculpas, as atitudes falam mais que palavras.

“Só isso não basta. É preciso que tenham ações efetivas que priorizem a educação inclusiva. A postura institucional também deve ser mudada para que não sejam endossados discursos segregacionistas e preconceituosos. Os inúmeros pedidos de desculpas são insuficientes, é preciso ter uma postura concreta da defesa das pessoas com deficiência”, criticou.

De acordo com a presidente da Comissão dos Direitos das Pessoas com Deficiência (CPD), Rejane Dias (PT-PI), a reunião, que durou 3h, também abriu espaço para a discussão sobre o Decreto 10.502/ 2020, que instituiu a Política Nacional de Educação Especial, e foi suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2020. “O ministro pretende redigir de forma diferente a educação especial no decreto. Serão corrigidas as distorções para que possa ser efetivamente cumprido. Deixamos claro ao ministro que nossa luta é para a inclusão e não ao contrário, como ele havia dito”, destacou.

 

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