Direitos Humanos

Diferença de idade ao morrer chega a 22 anos entre bairros de SP

Moradores dos bairros nobres da cidade de São Paulo vive, em média, 22 anos a mais do que moradores de bairros da periferia

Agência Brasil
postado em 21/10/2021 20:01 / atualizado em 21/10/2021 20:02
 (crédito: Rovena Rosa/Ag..ncia Brasil)
(crédito: Rovena Rosa/Ag..ncia Brasil)

Quem mora em bairros nobres da cidade de São Paulo vive, em média, 22 anos a mais do que moradores de bairros da periferia. É o que revela o Mapa da Desigualdade de 2020, lançado hoje (21) pela Rede Nossa São Paulo.

No bairro de Alto Pinheiros, por exemplo, a idade média ao morrer, em 2021, era de 80 anos de idade. Já na Cidade Tiradentes, no extremo leste da capital paulista, a média caiu para 58 anos.

Na cidade como um todo, a idade média ao morrer ficou em 68 anos. A média geral é superior à verificada em bairros como Anhanguera (58 anos), na zona norte; e Parelheiros (59 anos), no extremo sul da cidade. Já os bairros Jardim Paulista e Itaim Bibi, na zona oeste, tem idade média ao morrer superior a 80 anos.

Covid-19

A mortalidade por covid-19 também teve variações entre as diferentes regiões da cidade sendo mais alta em bairros periféricos. No Parque do Carmo, na zona leste, por exemplo, as mortes por covid-19 representaram 23,4% do total de óbitos. Em Sapopemba (zona leste) o índice ficou e 22,7% e em São Domingos (zona norte), em 22,1%. O distrito de Iguatemi, na zona leste, teve o décimo maior índice de mortes por coronavírus, 20,8% do total. A região também teve a quarta menor idade média ao morrer 60,1 anos.

Já a menor mortalidade pela doença foi registrada em Marsilac, no extremo sul da cidade, com 10,6% do total. O Alto de Pinheiros teve o quinto menor índice, com 13,8% das mortes por covid-19. A Consolação, na região central, o oitavo menor índice, com 15,5%. O distrito também tem a oitava idade média ao morrer: 78 anos.

Violência policial

Nesta edição, o Mapa da Desigualdade traz pela primeira vez os dados por mortes e agressões em ação policial. A Sé, no centro da cidade, é o distrito com maiores índices nos dois casos. Em 2020 foram 13,88 agressões policiais por grupo de 100 mil habitantes. Esse dado é medido a partir das hospitalizações na região. A Sé também teve 13,88 mortes a cada 100 mil habitantes causadas por ações das polícias.

O Brás, na zona leste, foi o segundo bairro com maior índice de mortes por ação policial (11,21) e o quarto com maior índice de agressões (3,08). O distrito de Raposo Tavares, na zona oeste, teve o terceiro maior índice de mortes causadas pelas polícias (8,12).

Infraestrutura

O mapa também compara a infraestrutura nos bairros da cidade. A qualidade da internet móvel foi medida a partir da quantidade de antenas em cada região. No Itaim Bibi, zona oeste, são 49,8 antenas para cada grupo de 10 mil habitantes. Nos dez bairros com melhor infraestrutura digital o índice fica acima de 20 antenas por grupo de 10 mil residentes. Dentre esses dez bairros estão Pinheiro (zona oeste), Jardim Paulista (zona oeste), Sé (centro) e Consolação (centro).

Nos dez bairros com menor capacidade de rede para celular, o índice não chega a duas antenas para cada grupo de 10 mil habitantes. A pior situação é a do Jardim Helena, no extremo leste, com apenas uma antena para cada 10 mil pessoas. Ainda na zona leste, estão em situação semelhante os distritos de José Bonifácio, Cidade Tiradentes, Iguatemi, Sapopemba, Lajeado e Itaim Paulista. Na zona sul, também ficaram entre os com pior infraestrutura para rede móvel, Jardim Ângela e Grajaú.

A assessora de projetos da Rede Nossa São Paulo, Carolina La Terza, destacou que durante a pandemia de covid-19 a infraestrutura de comunicação se mostrou um elemento fundamental para garantir o acesso a diversos serviços. "O acesso à internet é uma forma de acessar outros direitos. Para você acessar a educação, a saúde e tanto para trabalhar como para procurar um emprego precisa de internet", enfatizou.

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