INVESTIGAÇÃO

PF mira quadrilha investigada por produzir cigarros com trabalho escravo

Grupo mantinha trabalhadores paraguaios em condições análogas à escravidão. Operação investigou suspeitos nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo

A Polícia Federal e a Receita Federal realizaram, nesta terça-feira (19/10), uma operação nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo para desbaratinar uma quadrilha que atua na fabricação clandestina de cigarros e no contrabando dos produtos dentro e fora do Brasil.

Além disso, os agentes investigam a participação dos suspeitos em crimes de tráficos de pessoas, condições análogas à escravidão e corrupção de menores, lavagem de dinheiro e infrações contra o meio ambiente.

A apreensão realizada pelos agentes federais pode ser a maior do estado gaúcho, e até do país, contabilizando 20 mil caixas do produto, ou seja, 10 milhões de maços. 

Na operação, estão sendo cumpridos 40 mandados de prisão e 56 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, e executadas ordens judiciais para sequestro e arresto de 56 veículos, 13 imóveis; além de valores em contas vinculadas a 23 pessoas físicas e jurídicas, de até R$ 600 milhões. Segundo informações do G1, até o início da tarde, 24 pessoas haviam sido presas.

De acordo com a Polícia Federal, as investigações começaram em 2020, inicialmente para investigar o suposto envolvimento da quadrilha no contrabando de cigarros na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Trabalhadores paraguaios

Com o avanço da apuração, foi descoberta uma organização criminosa estruturada para a produção ilegal de cigarros paraguaios em cidades do Rio Grande do Sul. Tudo indica que os envolvidos cooptavam pessoas no Paraguai, as mantendo em condições análogas à escravidão durante os chamados “ciclos de produção”. Durante a ação, foram identificados 18 trabalhadores paraguaios.

Ainda de acordo com a polícia, o grupo operava em ciclos para não serem descobertos. Se instalavam em um local, trabalhavam por alguns meses, fechavam e iniciavam os trabalhos em outro local. Ainda não foi descoberto como o grupo tinha acesso às máquinas.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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