Os acordes da sofrência

Rodrigo Craveiro
postado em 08/11/2021 00:01
 (crédito: Google Street View/Reprodução)
(crédito: Google Street View/Reprodução)

Tarde de domingo. O bar e restaurante Aquarius, no Jardim da Luz, região sul de Goiânia, começa a ficar lotado. O DJ coloca uma música de Marília Mendonça. Do lado esquerdo da entrada do estabelecimento, à direita da pick up, uma mesa de madeira está vazia. Era ali que a cantora gostava de se sentar, acompanhada da mãe, sempre às segundas-feiras ou terça-feiras, quando tirava folga da vida corrida de shows.

O proprietário do Aquarius, Bonifácio Américo Gonçalves de Araújo Melo, 42 anos, contou que o restaurante funciona há 21. "Eu e meu irmão conhecemos a Marília Mendonça em uma boate, chamada Copas Lounge, por volta de 2014, em Aparecida de Goiânia. No início da carreira, ela chegava com o violão e pedia para cantar: 'Ou! Deixa eu cantar uma música, por favor?", relatou ao Correio. Ele se lembra como se fosse hoje: o amigo Diogo, vocalista da banda de axé e pagode Marcação Cerrada, às vezes deixava Marília subir ao palco e cantar uma ou duas músicas. "Foi ali que ela começou, pedindo para dar palhinha. Era amiga da gente. Cinco anos depois, ela ficou famosa", disse.

O garçom Ronei Sousa trabalha no Aquarius há três anos. "Tive o privilégio de atendê-la duas vezes. A primeira vez foi há três, quatro meses; a segunda, dois meses atrás", contou.

O início

O Correio localizou o empresário Rhander Mamedio, 40 anos, o antigo dono da Copas Lounge, fechada em 2016. "A Marília ia à boate e, como era menor de idade, não podíamos deixar que ela fizesse um show completo. Mas ela sempre participava com os amigos", recordou.

A imagem que Rhander guarda é de Marília chegando ao Copas com o violão à mão. Ele explica que a cantora cresceu profissionalmente muito cedo, e logo foi contratada para compor.

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