Efeito em cadeia entre produtores rurais

Correio Braziliense
postado em 25/11/2021 00:01
 (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)
(crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)

Os bons resultados da primeira edição do programa Agro 4.0, desenvolvido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), deram frutos e garantiram uma segunda edição da iniciativa, de acordo com o presidente da entidade, Igor Calvet.

"Os casos de sucesso mostram que o Brasil real está funcionando", destacou o executivo, ontem, durante o CB Fórum - Agro 4.0, evento realizado pelo Correio Braziliense em parceria com a ABDI, onde foram apresentados os projetos premiados. Ele contou que esse segundo edital para o programa era inevitável e já está disponível no site da agência.

"Diante de todos os resultados positivos, não nos cabia outra coisa", afirmou Calvet. Segundo ele, esse programa deverá permitir uma difusão das tecnologias desenvolvidas, alavancando investimentos pelo país e melhorando a rentabilidade no campo.

Alavancagem

Na primeira edição, foram investidos R$ 4,8 milhões em 14 projetos-pilotos que deverão ser aplicados por 700 produtores nacionais, mas a expectativa é que esse número aumente nos próximos anos. "Esses projetos serão difundidos, diretamente, para 700 produtores, mas, ao serem difundidos, testados e validados, devem ir para muito mais produtores. O efeito em cadeia será muito importante", destacou Calvet, durante sua apresentação no evento. "Os recursos são, aparentemente, pequenos, mas terão uma alavancagem muito grande nos próximos anos", reforçou.

O presidente da ABDI contou que, nesse projeto, o ecossistema de inovação do agronegócio já foi previamente mapeado — e será aprofundado e difundido pelo país. Assim, como a indústria do agro, ele tem um sistema inovador que precisa ser fomentado e acessado de maneira mais articulada. Calvet e os participantes do evento destacaram que, entre os projetos escolhidos, a tecnologia é o principal diferencial para avanços na economia de água, na redução no uso do agrotóxicos e no aumento da produtividade. A expectativa do executivo é ampliar, ao máximo, o acesso às inovações pelos produtores com esses projetos.

"Estamos fazendo um spin-off (demonstrativo) para a difusão de tecnologias. E foi necessário mapear as melhores tecnologias e institutos de pesquisa para aprimorar o acesso a essas fontes, a fim de melhorar a competitividade", ressaltou Calvet.

O objetivo da agência, de acordo com o executivo, é ser "um real difusor de tecnologia no campo, e em todos os campos", pois, atualmente, é preciso estar cada vez mais conectado por meio de tecnologias transversais e disruptivas. "Esse projeto é um marco fundamental para a ABDI e mostra a forma como devemos nos portar diante de uma economia que se globaliza e se relaciona de forma diferente com as pessoas", afirmou.

Na avaliação do presidente da ABDI, a forma de relacionamento entre as pessoas e os setores não é mais estanque como no passado e, por conta disso, é importante a modernização, tanto no campo quanto nas grandes cidades. "Hoje, tudo é muito mais conectado por meio de tecnologias", pontuou.

O secretário especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Da Costa, elogiou a iniciativa da ABDI, da qual ele é presidente do Conselho Deliberativo, e destacou que a agência passou por uma "grande transformação". "O exemplo desse resultado está sendo entregue por essa agência tão importante para o Brasil", disse.

Da Costa ressaltou que, durante o governo Michel Temer, o Agro 4.0 era uma das inovações tecnológicas com grande potencial de desenvolvimento do país e de melhora na produtividade apontadas por um estudo feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O secretário, na época, foi diretor da instituição.(RH)

Tags

CONTINUE LENDO SOBRE