Brasil já tem três casos da nova cepa

Exame de paciente em SP dá positivo para ômicron. Episódios no RJ, em BH e DF são monitorados

MARIA EDUARDA CARDIM gabriela bernardes*
postado em 02/12/2021 00:01
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

O Instituto Adolfo Lutz confirmou, ontem, o terceiro caso da nova cepa ômicron no Brasil. Trata-se de um homem de 29 anos, que desembarcou no Brasil no último sábado, vindo da Etiópia — não apresentava sintomas ao chegar ao Brasil e foi testado ainda no aeroporto. Vacinado com as duas doses do imunizante da Pfizer, ele segue em isolamento, sem sintomas, desde que foi confirmado o teste positivo.

Após São Paulo confirmar três infecções, Rio de Janeiro e Belo Horizonte investigam duas suspeitas. No Rio, trata-se de uma passageira que desembarcou da África do Sul no último dia 21. O voo também fez escalas em Joanesburgo, Etiópia e São Paulo, antes de chegar à capital fluminense. A informação foi confirmada pelo secretário estadual de Saúde, Daniel Soranz, ontem. A amostra do exame da paciente, também de 29 anos, está em análise na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Segundo Soranz, a mulher entrou no país com um teste negativo. Mas, mesmo sem sintomas, ela precisou refazer o exame alguns dias depois, e o resultado deu positivo. "No dia 29, ela realizou outro teste de PCR de rotina para o trabalho, e deu positivo. A gente colheu uma nova amostra ontem à noite (30) e enviamos para a Fundação Oswaldo Cruz", disse o secretário. De acordo com a Secretaria de Saúde, a paciente já havia tomado as duas doses da vacina da Pfizer contra a covid-19, ainda no Brasil.

Sem vacinação

Já em Belo Horizonte, uma mulher recém-chegada do Congo testou positivo para o novo coronavírus na última segunda-feira. De acordo com informações da Secretaria de Estado de Saúde de Minas, a viajante saiu do país africano, fez escala na Turquia e desembarcou em São Paulo. Aqui, ela pegou um ônibus e seguiu para Belo Horizonte, onde chegou no último dia 20.

A paciente, que ainda não se vacinou contra a covid-19, começou a sentir os sintomas da doença em 22 de novembro, mas só procurou o serviço hospitalar no último domingo. A prefeitura de Belo Horizonte afirmou que ela está internada em isolamento e a amostra de seu exame foi enviada para testagem na Fundação Ezequiel Dias — o resultado do sequenciamento genético deve ser divulgado ainda nesta semana.

Assim como no Rio e em Belo Horizonte, no Distrito Federal um caso vem sendo avaliado.

Os dois casos da ômicron identificados no Brasil são de um homem de 41 anos e de uma mulher de 37 anos, que vieram da África do Sul. Ontem, a vigilância municipal de São Paulo indicou que ambos também estavam vacinados contra a covid-19 — receberam o imunizante da Janssen em solo sul-africano. Representa que todos os casos da nova cepa identificados aqui são de pessoas vacinadas e isso não significa que as vacinas não possuem eficácia contra a variante.

Cautela

Os produtores de vacinas contra o novo coronavírus estão testando os próprios imunizantes para saber se há alguma vulnerabilidade imunológico da ômicron. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avalia que o momento é de "cautela" e informou que aguarda receber informações dos laboratórios sobre os testes de vacinas usadas no Brasil contra a nova cepa.

Porém, a Anvisa reforçou a efetividade das vacinas na prevenção ao coronavírus. "As vacinas atuais permanecem efetivas na prevenção contra a covid-19 e desfechos clínicos graves, incluindo hospitalização e morte. O momento é de cautela. A melhor coisa que a população pode fazer é ser vacinada ou receber o reforço do imunizante e manter as medidas de prevenção, como o uso de máscara, a higienização das mãos e o distanciamento social", completou.

Também ontem, a Anvisa enviou à Casa Civil da Presidência da República ofício no qual ratifica as orientações pela adoção de medidas restritivas que impeçam, temporariamente, voos com destino ao Brasil vindos de Angola, Malawi, Moçambique e Zâmbia. Sugere, ainda, que seja pedido o comprovante de vacinação para todos os passageiros que venham do exterior, a fim de que o Brasil não se torne que aceite todos aqueles que se recusam a se vacinar.

Dos países africanos, já há restrições para quem venha da África do Sul, da Namíbia, do Lesoto, do Zimbábue, do Botsuana e do Essuatini.

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