violência

Tráfico torturou e matou os meninos

Correio Braziliense
postado em 10/12/2021 00:01
 (crédito: Reprodução/TV Globo)
(crédito: Reprodução/TV Globo)

A Polícia Civil do Rio realizou uma operação, ontem, por conta do inquérito que apura as mortes dos meninos Lucas Matheus (9 anos), Alexandre da Silva (11) e Fernando Henrique (12), torturados e assassinados por bandidos ao, supostamente, furtarem passarinhos do tio de um traficante local. Os corpos das vítimas jamais foram encontrados.

Os meninos desapareceram em 27 de dezembro, no Bairro Areia Branca, que fica no município. Ao todo foram cumpridos 31 mandados de prisão. Desses, 15 criminosos já estavam no sistema penitenciário, enquanto outros 16 foram presos durante a operação realizada no Morro do Castelar, onde ocorreu o crime.

De acordo com as investigações, conduzidas pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), os três desapareceram depois de saírem de casa para brincar em um campo de futebol, também no Areia Branca. Por meio de câmeras de segurança de ruas próximas de onde moravam, foi possível identifica-los caminhando em direção a uma feira da região — onde, supostamente, furtaram os passarinhos. Testemunhas confirmaram à Polícia Civil a passagem dos meninos pelo comércio.

Espancamento

Segundo um relatório da DHBF sobre o caso, um dos meninos não resistiu e morreu durante a sessão de espancamento promovida pelos bandidos. Por causa disso, os outros dois acabaram executados. De acordo com as investigações, os corpos foram transportados em um automóvel para serem jogados em um rio que corta o município.

Por causa da repercussão do caso — que chegou a ser denunciado ao Comitê contra o Desaparecimento Forçado da Organização das Nações Unidas (ONU) —, os bandidos formaram um tribunal e três suspeitos teriam sido assassinados, sendo que outros dois estão desaparecidos e a suspeita é de que foram também executados. As mortes confirmadas são as de José Carlos dos Prazeres Silva, o Piranha — que era um dos chefes do tráfico do Castelar e determinou as execução dos garotos; Willer Castro da Silva, o Stala — que gerente do tráfico da comunidade e que acusou os três de furtarem os passarinhos; e Ana Paula da Rosa Costa, a Tia Paula — que tem envolvimento no comércio de drogas na região e, de acordo com as investigações, dirigiu o carro com os corpos dos meninos.

Ao todo, aproximadamente 250 policiais da DHBF, do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), do Departamento-Geral de Polícia da Baixada (DGPB) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) participaram da ação.

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