Site da Saúde sofre novo ataque pirata

Correio Braziliense
postado em 14/12/2021 00:01

O Ministério da Saúde sofreu um segundo ataque hacker entre o final de domingo e ontem. A nova ofensiva, que tinha sido negada pelo governo ao longo de toda a tarde, foi admitida, à noite, pelo próprio ministro Marcelo Queiroga, em Brasília.

Horas antes, ao omitir a nova invasão dos piratas, o ministério divulgou nota afirmando que o DataSUS realizava "manutenção preventiva na rede interna". Mas, depois, mesmo dizendo que a segunda ação teve um impacto menor, Queiroga admitiu que a pasta trabalhava para "recuperar" sistemas internos.

"São duas coisas diferentes. Aquele primeiro ataque não foi um ataque ao Ministério da Saúde. Aquilo foi a nível da Embratel. E, felizmente, os dados não foram comprometidos. Em relação a esse (segundo ataque), foi algo de menor monta e estamos trabalhando para recuperar isso o mais rápido possível", disse o ministro.

Segundo fontes da Polícia Federal (PF), entre domingo e ontem, houve novas tentativas de ataques cibernéticos no sistema do Ministério da Saúde. Os e-mails, por exemplo, ficaram fora do ar.

Em nota divulgada minutos depois da fala de Queiroga, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República afirmou que houve "incidentes cibernéticos contra órgãos de governo" na última sexta e que o governo atua "de forma coordenada para retomada dos serviços".

Serviço suspenso

Questionado sobre a previsão de restabelecimento, Queiroga disse que o novo ataque deve afetar a estimativa anterior de estabilização, anteriormente prevista para hoje. "Eu falei que (seria resolvido) até amanhã (hoje). Aí, houve esse outro ataque. Infelizmente, somos vítimas dessas figuras que têm, de maneira criminosa, invadido sistemas. Eles tumultuam, atrapalham", disse.

No primeiro ataque, usuários do ConecteSUS relataram que os comprovantes de vacinação não estavam aparecendo no aplicativo. Houve episódios, também, de impossibilidade de acessar a plataforma.

Entre outras funções, o ConecteSUS é responsável pela emissão do Certificado Nacional de Vacinação Covid-19. Por causa disso, o governo federal chegou a suspender a necessidade do documento para passageiros que desejam entrar no país, exigindo apenas cinco dias de quarentena. As medidas, que entrariam em vigor no último sábado, passariam a valer somente em 18 de dezembro.

Porém, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a obrigatoriedade da apresentação do comprovante de vacinação para viajantes que chegarem ao país. Segundo o gabinete do ministro, os brasileiros que não puderem comprovar vacinação em razão de ataque a sistemas do SUS devem apresentar um teste PCR negativo e informar que foram vacinados.

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