Agência deve permitir Pfizer às crianças

Correio Braziliense
postado em 16/12/2021 00:01

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concluiu, ontem, a avaliação técnica sobre o pedido de autorização para aplicação da vacina contra a covid-19 da Pfizer, a Comirnaty, em crianças de cinco a 11 anos. A expectativa, segundo apuração do Correio, é de que a autarquia siga a decisão de outras entidades regulatórias e autorize a aplicação do imunizante em menores. A decisão deve sair na reunião de hoje.

"A finalização da análise ocorre após a submissão à agência de dados complementares pela desenvolvedora. O anúncio da avaliação técnica e o resultado serão em reunião virtual, a partir das 10h30", informou a Anvisa. Além do corpo técnico da agência, a avaliação do pedido da Pfizer contou com a participação de representantes de sociedades médicas do país, como, entre outras, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). A participação desses especialistas na análise da autorização teve caráter consultivo.

A Pfizer solicitou à Anvisa a autorização para a aplicação em crianças em 12 de novembro. O imunizante da farmacêutica já tem registro definitivo no Brasil para ser dado a pessoas com mais de 12 anos, e é aplicado no Brasil neste público-alvo. No entanto, a apresentação, os ingredientes e a dosagem da vacina para crianças entre cinco e 11 anos são diferentes daquele já aprovada no Brasil. Daí porque a necessidade de nova análise dos dados.

Além da Pfizer, quem também busca ampliar o público-alvo de aplicação do seu imunizante é o Instituto Butantan, produtor da CoronaVac no Brasil. Ontem, a instituição fez um novo pedido à Anvisa para autorização da vacina para crianças e adolescentes de três a 17 anos. Em agosto, a diretoria da agência tinha negado, por unanimidade, o mesmo pedido "por causa da limitação de dados dos estudos apresentados naquele momento".

Pressão

O governador de São Paulo, João Doria, vem fazendo pressão para que a Anvisa libere o uso da CoronaVac em crianças. "Nos últimos meses, o governo de São Paulo e o Instituto Butantan têm solicitado que a Anvisa avalie e autorize a vacinação de crianças e jovens. Não há razão para uma protelação tão longa. Confiamos na Anvisa, mas é hora de se tomar uma decisão antes das férias de Natal e de Ano Novo. Lembro que países vizinhos já estão vacinando nesta faixa", cobrou.

A Anvisa explicou que "para incluir novos públicos na bula, o laboratório precisa conduzir estudos que demonstrem a relação de segurança e eficácia para determinada faixa etária. Esses estudos podem ser conduzidos no Brasil ou em outros países". Para avaliar o novo pedido do Butantan, a agência tem outros 30 dias.

Mas, mesmo sem aprovação da Anvisa, o governo do estado de São Paulo reservou 12 milhões de doses da CoronaVac para aplicar o imunizante em crianças de 3 a 11 anos.

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