Intervalo menor para dose de reforço

Governo vai reduzir de cinco para quatro meses o intervalo entre a segunda dose e a terceira aplicação dos imunizantes contra a covid-19. Objetivo é ampliar a proteção contra a variante ômicron. Vacinação de crianças, porém, segue indefinida

Israel Medeiros
postado em 19/12/2021 00:01
 (crédito: Walterson Rosa/Ministério da Saúde)
(crédito: Walterson Rosa/Ministério da Saúde)

O Ministério da Saúde vai reduzir o intervalo entre a aplicação da segunda e da terceira dose (de reforço) das vacinas contra a covid-19. A medida foi anunciada pelo ministro Marcelo Queiroga, ontem. A estratégia da pasta é garantir que o maior número possível de pessoas tenha a proteção extra contra o novo coronavírus, aumentando a eficácia da imunização contra a variante ômicron, que já tem, ao menos, 24 casos confirmados no Brasil.

"Para ampliar a proteção contra a variante ômicron, vamos reduzir o intervalo de aplicação da 3ª dose de cinco para quatro meses. A dose de reforço é fundamental para frear o avanço de novas variantes e reduzir hospitalizações e óbitos, em especial em grupos de risco", disse o ministro, em uma rede social. Segundo Queiroga, a mudança será oficializada por meio de portaria a ser publicada nesta segunda-feira.

A mudança vem em um momento de escassez de informações sobre a eficácia das atuais vacinas contra a variante ômicron. Na última semana, a Organização Mundial de Saúde (OMS), afirmou que as evidências, até o momento, apontam para uma leve diminuição do impacto de imunizantes contra a nova cepa. No entanto, não há estudos conclusivos sobre a aplicabilidade das vacinas disponíveis.

Os estudos preliminares apontam, no entanto, que a variante ômicron tem transmissão mais rápida que qualquer outra cepa do novo coronavírus — informação que foi confirmada pela OMS. A variante já está presente em 89 países. As principais fabricantes de vacinas contra o novo coronavírus preparam novas versões de seus produtos. É o caso da Pfizer/BioNTech, da Moderna, da Janssen e da Astrazeneca, cujo imunizantes já demonstraram um leve declínio da eficácia contra a variante de origem sul-africana.

No caso da Pfizer, especificamente, Queiroga disse ontem, em conversa com jornalistas, que o contrato firmado entre a farmacêutica e o governo brasileiro já prevê atualizações contra novas cepas e também para as idades contempladas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).

"O contrato que fizemos para 2022 inclui não só a atualização dessa vacina para possíveis variantes que surjam do novo coronavírus, como é o caso da variante ômicron, como também para todas as faixas etárias incluídas no Programa Nacional de Imunização. Com isso, eu quero garantir à população brasileira que todas as faixas etárias que forem incluídas no PNI serão contempladas e nós teremos doses disponíveis", disse o ministro.

Sem decisão

Enquanto o Ministério da Saúde se desdobra para tentar conter o avanço da nova cepa, a vacinação de crianças só deve ter alguma definição em janeiro. Na última semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos com o imunizante da Pfizer, mas Queiroga afirmou que o ministério vai deixar para janeiro a decisão definitiva sobre vacinar essa faixa etária.

"Como gestor da saúde pública, tenho mais preocupação com a aplicação de segunda dose e de terceira dose (de reforço) do que a vacinação em crianças", afirmou. Queiroga ressaltou que a pasta só decidirá sobre a autorização desse público em 5 de janeiro, após consulta pública a ser realizada um dia antes pela pasta. A medida foi anunciada ao lado do advogado-geral da União, Bruno Bianco.

"Hoje, nós vivemos num ambiente epidemiológico bem mais controlado em relação à covid-19. Portanto, temos muito mais tranquilidade para tomar decisões", disse Queiroga.

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