Amazônia

Defensores do garimpo pedem ajuda ao governo

Prefeitos e garimpeiros estiveram em Brasília em reunião com integrantes do governo após uma operação da Polícia Federal desinstalar 131 balsas no Rio Madeira (AM) que praticavam garimpo ilegal

Após uma operação da Polícia Federal desinstalar 131 balsas no Rio Madeira (AM) que praticavam garimpo ilegal, no último fim de semana, e incendiar várias delas, prefeitos e garimpeiros estiveram, ontem, em Brasília, reunidos com integrantes do governo federal para discutir a situação da extração mineral na região, considerada ilegal pela Justiça e lesiva ao meio ambiente. Os garimpeiros vinham fazendo a exploração do ouro sem qualquer preocupação com a degradação do bioma e ferindo todas as leis que regem a atividade.

A comitiva que veio à capital federal foi composta por integrantes de quatro municípios amazonenses. De Autazes vieram o prefeito Dedei Lobo, o presidente da Câmara de Vereadores, Manoel Domingos dos Santos, e o vice-prefeito Paulo Sérgio Machado Barbosa; de Manicoré, o presidente da Câmara de Vereadores, Markson Barbosa; de Nova Olinda do Norte, o prefeito Adenilson Reis; e de Novo Aripuanã, o prefeito Jocione Souza.

O grupo esteve no Ministério da Defesa, por volta das 15h, para reunião. Também esteve com senadores da bancada da Amazônia no Senado, composta pelos senadores Eduardo Braga (MDB-AM), Omar Aziz (PSD-AM) e Plínio Valério (PSDB-AM).

"Os prefeitos que estão nessa área onde acontece essa exploração, muitas vezes familiar, vão trazer uma proposta para gente encaminhar e regularizar essa atividade. O que não dá é permitir o prejuízo ambiental. Mas há forma de não ter esse prejuízo e as pessoas continuarem trabalhando", disse Omar Aziz.

Pelas redes sociais, Eduardo Braga disse que sugeriu "aos prefeitos que seja feito um cadastro dos que se dedicam a essa atividade econômica, além de um manual normativo para o extrativismo". Na postagem, o senador também afirmou que se dispôs a disponibilizar recursos, por meio de emenda ao Orçamento da União, aos municípios onde foram registrados danos materiais às famílias que tiveram balsas queimadas pelas PF.

Já Plínio Valério assegurou que a missão, agora, é conversar com autoridades para saber de onde partiu a ordem para destruir as balsas. "Porque todos foram tratados como marginais, e nem todos são marginais", defendeu o senador. "Quando pessoas do bem são levadas a fazer uma prática ilegal, é porque falta o braço da nação", acrescentou.

Perigos

Henrique Costa, CEO da Accell Solutions e membro conselheiro do InverGroup, holding de infraestrutura e investimento, afirma que a contaminação da água pelo mercúrio utilizado para a extração do ouro representa um perigo ambiental e de saúde pública. "Impacta toda a cadeia alimentar e produtiva, pois a substância contamina os peixes que vivem nos rios além de afetar diretamente na qualidade da água. Além disso, trata-se de uma substância que possui efeito cumulativo em nosso organismo, resultando desde a má-formação fetal, até a morte. A Amazônia registra altos níveis de mercúrio há anos", explicou.

 

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