Terrorismo

Cerco à Al Qaeda no Brasil

Estados Unidos impõem sanções econômicas contra três integrantes que supostamente têm vínculos com o grupo terrorista

Os Estados Unidos impuseram sanções econômicas contra três indivíduos identificados como integrantes de uma rede situada no Brasil que possui vínculos com a Al Qaeda, além de duas empresas, "por oferecer apoio ao grupo terrorista", informou o Departamento do Tesouro americano. O grupo terrorista e as organizações regionais vinculadas a ele se financiam graças às arrecadações de fundos individuais nos países do Golfo Pérsico e em outras partes do mundo.

"As designações de hoje (ontem) ajudarão a negar o acesso do grupo ao setor financeiro formal", assinalou subsecretário do Tesouro, Brian E. Nelson. "As atividades contínuas desta rede baseada no Brasil revelam que a Al Qaeda continua sendo uma ameaça terrorista global", declarou o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em outro comunicado. "Os Estados Unidos estão comprometidos a trabalhar com nossos parceiros, inclusive o Brasil, para atrapalhar as redes de apoio financeiro da Al Qaeda".

Entre os indivíduos sancionados, se destaca Haytham Ahmad Shukri Ahmad Al Maghrabi, que chegou ao Brasil em 2015 e foi um dos membros iniciais de uma rede de apoio da Al Qaeda no país, segundo o Departamento do Tesouro americano. Al Maghrabi tinha frequentes contatos e negócios para compra de moeda estrangeira de um outro indivíduo filiado à rede no Brasil. Além disso, reportava e era o contato no país de Ahmed Mohammed Hamed Ali, que foi incluído na lista de terroristas globais em 2001.

Outro sancionado é Mohamed Sherif Mohamed Mohamed Awadd, que chegou ao Brasil em meados de 2018 e "desempenhou um papel importante em um grupo vinculado à Al Qaeda com sede no país e participou da impressão de moedas falsas". Segundo o governo americano, Awadd é o único sócio da empresa de móveis Home Elegance Comércio de Móveis Eireli, com sede em São Paulo, que também é alvo das sanções.

O terceiro citado na lista é Ahmad Al Khatib, responsável da Enterprise Comércio de Móveis e Intermediação de Negócios Eireli, registrada em São Paulo e também incluída nas sanções.

Os três indivíduos são acusados de "auxiliar materialmente, patrocinar ou fornecer apoio financeiro ou tecnológico, ou bens ou serviços" à organização fundada por Osama Bin Laden.

Bloqueio de bens

Como resultado, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês) do Departamento do Tesouro bloqueou todos os bens sob jurisdição dos Estados Unidos. Para limitar o fluxo de financiamento da Al Qaeda em nível mundial, os EUA recorreram a ferramentas financeiras que incluem a designação de quase 300 indivíduos e entidades afiliadas a esta e a outras organizações em Afeganistão e outras regiões.