COVID-19

Consulta pública rejeita exigência de receita para vacinar crianças contra covid

De acordo com secretária de enfrentamento à covid-19 do Governo, Rosana Leite, foram 99.309 contribuições ao questionário que estava disponível desde o dia 23 de dezembro

Gabriela Bernardes*
postado em 04/01/2022 14:26 / atualizado em 04/01/2022 14:27

A maioria das pessoas que responderam à consulta pública sobre a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19 foi contra a necessidade de receita médica para a vacinação do público infantil. De acordo com o Governo Federal, foram 99.309 contribuições ao questionário que estava disponível desde o dia 23 de dezembro.

A informação foi dada pela secretária de enfrentamento à covid-19 da pasta, Rosana Leite de Melo, durante audiência pública que debate o assunto nesta terça-feira (4). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a aplicação da vacina Pfizer contra o novo coronavírus em crianças de 5 a 12 anos em 16 de dezembro. Desde então, o assunto tem gerado discussões e polêmicas. A consulta pública do governo – que inclui a recomendação de que seja exigida uma prescrição médica para vacinar a criança – foi amplamente contestada por especialistas e pelos próprios técnicos da Anvisa.

O governo também informou que a maioria das pessoas foi contra a obrigatoriedade da vacinação nessa faixa etária. No entanto, não havia uma pergunta que específica que questionasse se as pessoas eram a favor ou não da vacinação obrigatória. A pergunta da consulta, na verdade, foi a seguinte: "você concorda com a vacinação em crianças de 5 a 11 anos de forma não compulsória conforme propõe o Ministério da Saúde"?

Rosana Leite não chegou a detalhar a quantidade de respostas para cada opinião (contra ou a favor da necessidade de receita), nem sobre a concordância com a não obrigatoriedade da vacinação de crianças.

A secretaria afirmou que, no total, 99.309 pessoas responderam ao questionário. O número diverge do que foi anteriormente divulgado pelo Ministério da Saúde, na segunda-feira (3/1), que computava cerca de 24 mil acessos à consulta pública.

Provavelmente, a discordância ocorreu porque, inicialmente, os usuários tinham acesso ao questionário em uma plataforma de formulários da Microsoft. O número de respostas acabou esgotando a capacidade de recebimento da plataforma, e, então, o Ministério da Saúde criou uma nova página para a consulta, em uma página oficial do governo – que recebeu, no total, 23.911 respostas.

Cronograma incerto 

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prevê que as doses da vacina contra a covid-19 para imunizar crianças entre 5 e 11 anos chegarão ao Brasil e serão distribuídas "a partir de 10 de janeiro"."Todos os pais e mães que quiserem vacinar seus filhos terão vacina. Em 10 de janeiro, começam a chegar as doses. Temos doses suficientes", disse Queiroga, na última segunda-feira (3/1), a jornalistas, na sede do Ministério da Saúde.

No entanto, a pasta ainda não divulgou um cronograma concreto para a imunização do novo grupo de brasileiros. Em dezembro, o ministro tinha dado uma outra previsão e afirmava que as vacinas começariam a chegar e a serem distribuídas "na segunda semana de janeiro". Quando comentou o assunto, Queiroga disse que anunciaria o calendário de vacinação ainda nesta semana, após a consulta pública. Na coversa com jornalistas nesta semana, porém, ele não informou os novos prazos do cronograma vacinal. 

 *Estagiária sob supervisão de Vinicius Nader

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