O crescimento de casos de covid-19 em várias regiões do país reacende a tensão sobre uma nova onda de pressão sobre o sistema de saúde e a demanda de recursos complexos para o tratamento das infecções. O alerta é da nova edição do Observatório Covid-19, elaborado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O levantamento salienta que a disponibilidade de vagas de UTI destinados à covid-19 teve queda expressiva no decorrer do segundo semestre de 2021, quando o quadro da crise sanitária apresentou uma maior melhora devido, sobretudo, ao avanço da vacinação no país. Mas, com a chegada da variante ômicron, que fez a primeira morte em Aparecida de Goiânia (GO), e a ocupação de leitos por outras causas — como a influenza — tende a aumentar a procura por aqueles que estejam infectados com uma ou outra doença, ou até mesmo as duas — que já vem sendo chamada de "flurona".
Reabertura de leitos
Isso quer dizer que as unidades da federação devem começar a articular, imediatamente, a retomada de leitos de UTI por meio dos planos de contingência. Em comparação com dados obtidos em 20 de dezembro de 2021, dados relativos a 5 de janeiro de 2022 mostram aumentos relevantes no número de pacientes adultos internados em leitos de UTI covid-19 no SUS, sobretudo, no Piauí (47% para 52%, com aumento de 106 para 130 leitos), Pernambuco (56% para 79%, com aumento de 696 para 845 leitos) e Bahia (53% para 57%, com aumento de 507 para 517 leitos).
"É importante destacar que a situação de recrudescimento da pandemia, sem dados epidemiológicos disponíveis para apreciação do que está ocorrendo e estimativa de tendências, é gravíssima. As evidências sugerem fortemente que a vacinação já faz grande diferença no cenário que se apresenta, comparado a momentos anteriores", salienta o documento da Fiocruz.
O Observatório da Covid-19 recomenda que "é importante conhecer fidedignamente a dinâmica de aumento de casos e, frente a esse aumento, o nível de ocorrência de internações e óbitos. Esse dado é decisivo para que a população compreenda a situação atual e tome precauções e para que o gestor possa tomar decisões de forma organizada sobre abertura e fechamento de leitos, assim como a adoção de planos de contingência para o enfrentamento da pandemia. O grande volume de casos aumenta em números absolutos o número de casos graves e pode redundar em perdas de vida e incapacidade de pessoas em número significativo".
De acordo com o informativo da Fiocruz, quatro estados encontram-se na zona de alerta intermediário para a ocupação de leitos de UTI para covid: Pará (67%), Tocantins (62%), Pernambuco (79%) e Alagoas (68%). Entre as capitais, três estão na zona de alerta crítico — Fortaleza (85%), Maceió (85%) e Goiânia (97%) — e três estão em alerta intermediário — Palmas (66%), Salvador (62%) e Belo Horizonte (73%).
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