Anvisa analisa autoexame

Correio Braziliense
postado em 15/01/2022 00:01
 (crédito: corona)
(crédito: corona)

Após aumentar o poder sobre o Orçamento de 2022, a Casa Civil afirmou que há um esforço do governo do presidente Jair Bolsonaro para sancionar a peça orçamentária deste ano com um "mínimo de vetos", sem tocar nas emendas de relator, verbas que estão no centro do orçamento secreto. O chefe do Executivo tem até o dia 21 para sancionar o Orçamento.

Em um podcast oficial da pasta, o secretário-executivo da Casa Civil, Jônathas Castro, afirmou que o governo identificou a necessidade de recompor, aproximadamente, R$ 3 bilhões em despesas de pessoal, que são programações obrigatórias, e, por isso, terá de vetar alguns recursos, mas sem afetar as chamadas emendas RP9.

"A gente está fazendo todo o esforço para não ter de impactar outras rubricas que possam, por exemplo, afetar a relação do Legislativo com o Executivo, e eu falo especificamente de RP9. Falou-se, nesta semanan em algumas matérias, mas já existe uma diretriz que nós não vamos nessa direção", enfatizou o número 2 do ministro Ciro Nogueira.

O Orçamento foi aprovado pelo Congresso com um total de R$ 16,5 bilhões de recursos carimbados pelo orçamento secreto. O valor foi negociado com o Ministério da Economia. A equipe econômica, no entanto, reagiu à aprovação de outras verbas que teriam sido negociadas "por fora", sem aval da pasta e do próprio Palácio do Planalto. Essas despesas entraram no alvo dos vetos.

O relator do Orçamento, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), incluiu um total de R$ 10,7 bilhões em verbas sob controle dos ministérios, após acordos envolvendo os ministros das pastas e os parlamentares. Ainda não há identificação, porém, de quais recursos entrarão no corte durante a sanção do Orçamento.

Conforme decreto assinado, nesta semana, por Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, a Casa Civil passará a dar aval e ter o poder de vetar as decisões que fazem parte do dia a dia do governo federal na gestão dos recursos públicos.

Durante a gravação, o subchefe de Análise Governamental da Casa Civil, Eduardo Aggio, admitiu o caráter político da decisão. "Temos uma convergência de duas visões. A primeira, é a visão econômica, e a segunda, a visão política. É natural que qualquer ato das políticas públicas, de que forma você aloca isso dentro do governo, passe por uma visão do centro de governo, que, naturalmente, é função precípua da Casa Civil", destacou.

Ainda de acordo com Aggio, o poder da pasta garantirá a efetividade das decisões tomadas na Junta de Execução Orçamentária (JEO) e também a divisão do ônus das decisões entre a equipe econômica e a ala política.

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