Em 24h, covid-19 faz mais de mil mortes

Apesar de a vacinação no país estar em níveis elevados, a nova variante do coronavírus continua forte e avançando

Maria Eduarda Cardim
postado em 04/02/2022 00:01
 (crédito: Alex Pazuello)
(crédito: Alex Pazuello)

Depois de se aproximar das mil mortes diárias pela covid-19 duas vezes nesta semana, o Brasil superou a marca ao registrar 1.041 óbitos pela doença nas últimas 24 horas. A última vez que se alcançou esse patamar foi em 18 de agosto do ano passado. O país bateu, também, o recorde no registro de infecções entre quarta-feira e ontem, ao confirmar 298.408 casos.

Em paralelo ao aumento exponencial de mortes causadas pela covid-19, a vacinação de crianças entre 5 e 11 avança a passos lentos, quase um mês após a inclusão da faixa etária no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO). De acordo com o último boletim Observatório Covid-19, divulgado ontem pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o ritmo da imunização pediátrica é lento em alguns estados.

Números do Ministério da Saúde mostram que apenas 2,1 milhões de crianças entre 5 e 11 anos foram vacinadas contra a covid-19. O público dessa faixa etária, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representa aproximadamente 20,5 milhões de brasileiros. Os pesquisadores da Fiocruz reforçam que as pessoas não vacinadas são mais suscetíveis às formas mais graves de infecção pela ômicron e que a aplicação nas crianças deve ser acelerada.

A médica pediatra e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) Isabella Ballalai acredita que as mensagens passadas pelo ministério — como a cobrança de prescrição médica para vacinação —, além das permanentes campanhas de desinformação via redes sociais — que insistem que as vacinas são experimentais, o que é mentira —, geraram dúvidas e medo nos responsáveis pelas crianças.

"A literatura médica, a Organização Mundial da Saúde e pesquisas mostram que um fator importante para a adesão à vacinação é a confiança nas autoridades públicas", salienta.

Segundo o Observatório da Fiocruz, 13 estados apresentaram aumento das taxas de ocupação da Unidades de Terapia Intensiva e nove unidades da Federação estão na zona de alerta crítico, com indicador superior a 80%.

Diferenças

Para piorar o quadro, estados e municípios enfrentam diferentes dificuldades na imunização pediátrica. A cidade do Rio de Janeiro, que teve que paralisar a vacinação de crianças por causa da falta de vacinas, retoma hoje as aplicações.

São Paulo, que possui estoque suficiente para imunizar todas as crianças de 5 a 11 anos com a primeira dose, fará, amanhã, mutirão para incentivar a aplicação. O estado ultrapassou a marca de 1,5 milhão de menores de 5 a 11 anos com a injeção inicial. Ao todo, 37,97% do público pediátrico foi vacinado no estado. (Colaborou João Vítor Tavarez, estagiário sob a supervisão de Fabio Grecchi)

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