Amazônia

Destruição dispara com atual governo

Correio Braziliense
postado em 05/02/2022 00:01

A devastação da Amazônia verificada em três anos de gestão Bolsonaro cresceu em níveis alarmantes. É o que demonstra um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), publicado na última quarta-feira. Segundo o levantamento, o desmatamento no bioma foi 56,6% maior entre agosto de 2018 e julho de 2021 que no mesmo período de 2015 a 2018.

Segundo o Ipam, o avanço ficou evidente ainda no segundo semestre de 2018, como consequência das eleições presidenciais daquele ano. Os pesquisadores do levantamento acreditam que o efeito tende a se repetir neste ano.

Os aumentos consecutivos desde 2018 são resultado do enfraquecimento de órgãos de fiscalização, o que representa a falta de punição aos crimes ambientais, bem como pela redução significativa de ações imediatas de combate e controle e pelos retrocessos legislativos.

De acordo com o relatório, 51% do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, sendo 83% dessas ações em áreas de domínio federal. Em termos absolutos, as chamadas Florestas Públicas Não Destinadas foram as mais atingidas: tiveram alta de 85% na área desmatada, passando de 1.743km² derrubados anualmente para mais de 3.228km². Em 2021, essa categoria de floresta pública concentrou um terço de todo o desmatamento no bioma.

Proporcionalmente à área dos territórios, terras indígenas tiveram alta de 153% em média no desmatamento comparado do último triênio (1.255km²) para o anterior (496km²). Já o desmatamento em unidades de conservação teve aumento proporcional de 63,7%, com 3.595 km² derrubados no último triênio contra 2.195km² nos três anos anteriores.

Uma das regiões mais afetadas citadas no estudo é a divisa entre Amazonas, Acre e Rondônia, a "Amacro", caracterizada como a nova fronteira do desmatamento no bioma. O Amazonas passou da terceira para a segunda posição como estado onde mais se desmatou a floresta. Está atrás apenas do Pará, onde se encontram as áreas mais críticas de perda do bioma e que se mantém em primeiro lugar desde 2017.

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