O fundador do grupo Unip/Objetivo, João Carlos Di Genio, um dos maiores conglomerados educacionais do Brasil, faleceu por causas naturais na noite de sábado (12), em sua casa, na cidade de São Paulo. Ele deixou esposa e três filhos.
Natural de Lavínia (SP), o empreendedor, que trouxe no sobrenome um dos adjetivos que lhe acompanharam por toda a vida, buscou inovar e expandir o conceito de acesso à educação. Como diferencial, adotou tecnologia e versatilidade ao modelo de ensino oferecido aos estudantes.
Di Genio era médico e, em 1961, foi aprovado em primeiro lugar em duas universidades, mas optou pela Universidade de São Paulo (USP). A veia de educador apareceu durante a vida acadêmica. Ainda como estudante, deu aulas de física em um curso preparatório para os vestibulandos de medicina no Centro de Seleção de Candidatos às Escolas Médicas (Cescem).
Após a primeira experiência em sala de aula, em 1965, ao lado de professores e colegas da faculdade — Dráuzio Varella, Roger Patti e Tadasi Itto — , decidiu abrir o próprio curso, o Objetivo. Em 1970, nasce o Colégio Objetivo, destinado ao ensino médio. Em 1972, foram inauguradas as faculdades Objetivo, que em 1988 passaram a se chamar Universidade Paulista, a Unip.
Relação com Brasília
O médico-professor também teve uma participação muito especial na história e formação dos brasilienses, sendo o Objetivo uma das maiores redes de ensino do Distrito Federal. Em meados dos anos 1980, Di Genio decidiu estreitar o elo entre educação e meio ambiente, incluindo as pesquisas de campo na grade curricular.
No DF, a experiência se deu por meio de escolas em pleno Lago Paranoá, onde os alunos passavam os dias em barcos-laboratórios. O mesmo se repetiu em Angra dos Reis-RJ (Escola do Mar) e outra às margens do Rio Negro, no Amazonas, (Escola da Natureza).
Além das principais redes, Objetivo e Unip, ele também tinha participação acionária em outras 55 instituições de ensino superior, incluindo o Centro Universitário Planalto do Distrito Federal (Uniplan). Além disso, nas décadas de 1970 e 1980, o empresário criou um Centro de Pesquisa e Tecnologia (CPT) e o Programa Objetivo de Incentivo ao Talento (POIT), com cursos de robótica, arte e criatividade voltado para crianças.
Homenagens
Empresários e autoridades prestaram homenagens a Di Genio. O ministro da Educação, Milton Ribeiro, referiu-se ao educador como um homem diferenciado. "Suas contribuições para a educação brasileira permanecerão como bom legado", disse Ribeiro. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes lamentou a morte e manifestou solidariedade aos amigos e familiares de Di Gênio. "Manifesto profundo pesar pelo falecimento do Professor João Carlos Di Genio, um dos maiores fomentadores do ensino no país. Grande entusiasta da educação, Di Genio inspirava seus projetos na concretização dos sonhos de seus alunos. Meus sentimentos aos amigos e familiares", afirmou.
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