Estelionato

Mulher que aplicou golpe das vacinas para crianças lucrou R$ 36 mil

Investigada recebia o dinheiro das aplicações de vacina, que nunca foi repassado às clínicas, que por sua vez, não vacinaram as crianças

Ivan Drummond - Estado de Minas
postado em 16/02/2022 17:33 / atualizado em 16/02/2022 17:33
Investigações são feitas em conjunto por delegados e policiais civis de Belo Horizonte e Contagem -  (crédito: PCMG/Divulgação)
Investigações são feitas em conjunto por delegados e policiais civis de Belo Horizonte e Contagem - (crédito: PCMG/Divulgação)

A Polícia Civil investiga uma mulher, de 28 anos, suspeita de fraudar a venda de vacinas destinadas a crianças, em Belo Horizonte e Contagem. São 18 vítimas até agora, todos pais ou responsáveis por crianças, além de duas clínicas de saúde. Segundo estimativas dos policiais, a suspeita teria lucrado cerca de R$ 36 mil com o golpe.

As investigações tiveram início em janeiro, quando uma das clínicas de saúde fez uma denúncia. Descobriu-se, então, que a mulher estaria agindo desde novembro de 2021.

Somente em Belo Horizonte, foram identificadas 15 famílias vítimas e um prejuízo de R$ 30 mil. Em Contagem, três famílias denunciaram o crime, sendo o prejuízo estimado em R$ 6 mil.

O delegado Guilherme Santos, da 1ª Delegacia de Polícia Civil Sul, informa que a investigada se passava por representante de clínicas e laboratórios para oferecer, a preços atrativos com desconto de 50%, diversos tipos de vacinas infantis.

“A mãe da criança via então uma oportunidade e dava o dinheiro pedido pela mulher. A suspeita agendava com a clínica, forjava o comprovante do depósito de pagamento e, de forma rápida, para a clínica não perceber que o valor não havia entrado na conta, fazia o agendamento para a criança e a aplicação da dose”, conta ele.

Em alguns casos, segundo o delegado, a pessoa teve dificuldade na aplicação da segunda dose ou da dose de reforço porque, depois de um tempo, a clínica não havia recebido nenhum valor como forma de pagamento.

“É importante esclarecer que, do aspecto criminal, a polícia tem tratado tanto a mãe quanto a clínica como vítimas, porque a mãe foi enganada por essa pessoa; ela fez o pagamento acreditando que estaria pagando o valor cobrado pela clínica, que daria direito à vacina. A clínica também é vítima na medida em que aplicou a vacina sem ter recebido pelo imunizante”, explica o delegado.

Outro delegado envolvido nas investigações, Clayton Ricardo da Silva, da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Contagem, afirma que outras pessoas podem ter sido alvo da investigada.

“A Polícia Civil faz o alerta para que as demais vítimas desse golpe compareçam à 1ª Delegacia de Polícia Sul, se forem Belo Horizonte, ou à 2ª Delegacia em Contagem, caso sejam da cidade, para fazer a denúncia. Podem procurar as delegacias tanto representantes de clínicas quanto as vítimas que compraram as supostas vacinas.”

Existem, segundo o delegado Clayton, maneiras de se evitar cair nesse tipo de golpe. “A população pode verificar a idoneidade dessas pessoas que estão oferecendo as vacinas, se elas possuem algum vínculo com os laboratórios ou clínicas. As pessoas podem conferir, no momento de fazer algum tipo de pagamento ou transferência, o CNPJ do favorecido, uma vez que dificilmente uma pessoa física será beneficiada por um serviço prestado por uma empresa.”

A polícia informou que a mulher não foi presa e será ouvida nos próximos dias.

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