No dia anterior aos temporais que devastaram Petrópolis, o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) enviou um alerta à Defesa Civil municipal sobre as chuvas. O aviso chamava a atenção para a possibilidade de "chuvas isoladas ao longo do dia, podendo deflagrar deslizamentos pontuais, especialmente nas regiões de serra e/ou densamente urbanizadas".
Porém, conforme a Defesa Civil de Petrópolis, não foi isso que aconteceu. Segundo o comandante do órgão, tenente-coronel Gil Kempers, em apenas três horas houve uma precipitação de água que nenhum equipamento meteorológico seria capaz de prever — choveu 259,8 milímetros, mais do que um mês inteiro, que em média é 240 milímetros.
Ele confirmou que havia recebido o alerta, chegado "momentos antes. Seria um tipo de chuva convectiva, uma chuva rápida que, por vezes, nem no radar pega. Ela se formou em cima da cidade. Ao longo do desenvolvimento da chuva, a gente recebeu um alerta do Cemaden. Também o nosso alerta foi enviado e as sirenes acionadas um pouco antes das ocorrências mais graves".
Kempers disse que as características da chuva surpreenderam a todos. "O que causou estranheza foi o fato de ela permanecer constante durante um tempo, sem se deslocar. Isso foi um fato atípico, derivado da formação geográfica, da altitude, do relevo. Não é algo recorrente você ter um volume de chuva parado em cima da cidade, e por tanto tempo", detalhou.
O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, confirmou o aviso sobre a previsão de chuva forte nas horas seguintes. Ele garantiu que o município tem um plano de contingência. O Estado de Calamidade foi oficialmente reconhecido pelos governos do estado e federal.
O alerta da chuva pesada foi encaminhado da Defesa Civil estadual para a Defesa Civil municipal na última segunda-feira — pois cabe ao organismo da cidade a contenção da população, o acionamento das sirenes e a evacuação da região.(Com JVT*)
* Estagiários sob a supervisão
de Fabio Grecchi
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