Quatro dias depois de as fortes chuvas desencadearem uma série de deslizamentos de encostas em vários pontos de Petrópolis (RJ), as equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil correm contra o tempo para tentar evitar uma tragédia ainda maior. Por isso, ao contar com o apoio de moradores dos locais em que ocorreram a destruição, buscam agilizar as escavações e a remoção de corpos.
A pressa se justifica. O tempo sobre Petrópolis continua encoberto e segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a previsão meteorológica indica que a chuvas continuarão intensas. Para piorar o quadro, as tempestades podem ocorrer "na forma de pancadas de intensidade moderada, especialmente à tarde e noite" — e com isso aumentar o risco de deslizamentos de encostas.
"Destaca-se, ainda, que há previsão numérica de novos eventos de chuva para os próximos três dias de forma intermitente, o que demanda atenção especial ao longo deste período", diz o alerta do Cemaden.
De acordo com a última atualização da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), são 213 os desaparecidos. A última atualização da Defesa Civil do Rio de Janeiro apontava que 136 pessoas perderam a vida nos deslizamentos ou arrastadas pelas enxurradas.
Drones
Para auxiliar no resgate de vítimas em meio ao mar de lama e entulho, diversas estratégias estão sendo usadas pelos bombeiros e pelos voluntários. Enquanto algumas equipes utilizam drones para sobrevoar os locais em busca de sobreviventes — avaliando os riscos de novos deslizamentos —, outras contam com cães farejadores na tentativa de conseguir localizar vítimas ou sobreviventes.
Outra estratégia utilizada para auxiliar na retirada de entulhos e lama pela cidade é o uso da força de trabalho de 85 presos de regimes semiaberto, aberto e em liberdade condicional de programas de ressocialização do sistema prisional estadual. A Secretaria de Infraestrutura e Obras do Rio estima que foram retiradas mais de 15 mil toneladas de resíduos das vias públicas até o momento.
A busca por desaparecidos na região ganhou, ainda, o reforço da Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), que antecipou a entrega do site Portal de Desaparecidos pelo qual as famílias podem consultar fotografias e informações de pessoas que ainda não foram encontradas.
À medida que os corpos vão sendo retirados e levados para o Instituto Médico Legal, as famílias vão tendo acesso ao reconhecimento. Dos 129 corpos que chegaram ao IML, 84 foram identificados — entre eles estão 80 mulheres e 45 homens, sendo que 22 são menores de idade.
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