Assim como no Brasil, a escravidão deixou marcas profundas na sociedade norte-americana. Ontem, o país que elegeu Barack Obama por duas vezes como presidente dos Estados Unidos, mas também foi palco do assassinato de George Floyd, deu mais um passo em direção à igualdade racial.
O presidente Joe Biden confirmou o nome de Ketanji Brown Jackson, de 51 anos, como a primeira mulher negra na história dos EUA a ser indicada para a Suprema Corte. "Ela é uma das nossas mentes jurídicas mais brilhantes e será uma juíza excepcional", disse o chefe da Casa Branca.
Mas, em outra semelhança entre Brasil e os EUA, a indicação de Jackson à mais alta instância da Justiça norte-americana está marcada pela luta política. Dada a forte polarização entre republicanos e democratas, a audiência de confirmação de Jackson no Senado provavelmente será tempestuosa.
Alguns parlamentares já reagiram negativamente. "A juíza Jackson foi a opção preferida dos interesses financeiros obscuros da extrema-esquerda", criticou o líder da bancada republicana no Senado, Mitch McConnell.
O governo Biden ressaltou a qualificação da candidata à Suprema Corte. "A juíza Jackson é extraordinariamente qualificada e é uma indicação histórica", afirmou a Casa Branca em nota.
O ex-presidente Barack Obama se manifestou prontamente. "Já é uma fonte de inspiração para mulheres negras, como minhas filhas, permitindo a elas que sonhem mais alto", aplaudiu.
Mãe de duas filhas, Ketanji Brown Jackson cresceu na Flórida e é casada com um cirurgião. Formou-se na Harvard University Law School.
A indicação à Suprema Corte, a primeira feita por Biden, não mudará o equilíbrio de poder no tribunal de nove magistrados de maioria conservadora que velam pela constitucionalidade das leis americanas. Em 232 anos de existência, o tribunal teve apenas dois juízes negros. Um deles, Clarence Thomas, foi nomeado por George Bush pai e ainda atua.
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