Precaução

Pessoas continuam usando máscara nas ruas de BH, mesmo não sendo mais obrigatório

A partir desta sexta-feira (4/3), uso de máscaras em ambientes abertos não é mais obrigatório na capital mineira; nas ruas, muita gente segue de máscara

Ana Laura Queiroz - Estado de Minas
postado em 04/03/2022 15:58 / atualizado em 04/03/2022 15:58
 (crédito: Gladyston Rodrigues/D.A Press/E.M)
(crédito: Gladyston Rodrigues/D.A Press/E.M)

“Não me sinto segura'', lamentou a cabeleireira, Ana Paula Aguiar, de 44 anos, enquanto ajeitava a máscara em seu rosto.

A partir desta sexta-feira (4/3), o uso de máscaras em ambientes abertos não é mais obrigatório em Belo Horizonte.

Na agitada Praça Sete, região central da capital, no entanto, muitas pessoas seguiam de máscara na manhã de hoje. Ao lembrar dos meses em quarentena, no início de 2020, Ana Paula se entristece. “Foi tão dolorido, tão sofrido. Nós ficamos de porta fechada, sem trabalhar mesmo, por isso não confio em andar sem máscara”.

A liberação do acessório de proteção vem quase dois anos após a decretação da pandemia da COVID-19, em 11 de março de 2020. A medida da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) é assegurada pelo Decreto nº 17.894, publicado mais cedo no Diário Oficial do Município (DOM).

 

No primeiro dia do decreto, maioria segue de máscara na movimentada Praça Sete
No primeiro dia do decreto, maioria segue de máscara na movimentada Praça Sete (foto: Gladyston Rodrigues/D.A Press/E.M)

Liberdade conquistada

Para dispensar a obrigatoriedade do uso de máscara em ambientes abertos, a PBH considerou uma série de fatores, entre eles a redução da taxa de transmissão da COVID-19 em Belo Horizonte - além da redução dos casos que exigem internações hospitalares e do índice de 83% da população completamente imunizada.

 

Tamiê Gonçalves afirma estar sem máscara por se tratar de um ambiente aberto e defende o uso do acessório em locais fechados
Tamiê Gonçalves afirma estar sem máscara por se tratar de um ambiente aberto e defende o uso do acessório em locais fechados (foto: Gladyston Rodrigues/D.A Press/E.M)

A nova medida é fruto de mais de dois anos de trabalho dos profissionais de saúde, da ciência, órgãos públicos e da própria população que, em sua maioria, cumpriu os protocolos de segurança necessários.

“A flexibilização contribui para retomarmos, com cautela, o senso de liberdade. Já se passou muito tempo de pandemia”, comentou Tamiê Gonçalves, de 24 anos.

Para a jovem, porém, o decreto não justifica o abandono dos protocolos sanitários. “Não podemos perder as medidas de prevenção que já foram construídas até aqui”, reiterou.

Sentada na Praça da Liberdade, ao ar livre, Tamiê não usava máscara. “Estou sentada sozinha, em ambiente aberto. Mas me preocupa aglomerações sem uso de máscara”.

Já Lilian Cristina Felix Lopes, de 39 anos, comenta que se sente segura para retirar a máscara em ambientes abertos. Mas "acha cedo ainda". Auxiliar de serviços gerais, a máscara é sinal de segurança em ambientes fechados, como o prédio em que trabalha no Bairro Sagrada Família, na parte Leste da capital.

 

Lilian Lopes se sente segura para andar sem máscara, mas acha que ainda é cedo
Lilian Lopes se sente segura para andar sem máscara, mas acha que ainda é cedo (foto: Gladyston Rodrigues/D.A Press/E.M)

Flexibilização é consequência do avanço da vacinação

No País, o avanço da vacinação tem contribuído significativamente para a redução dos casos de covid-19. Na luta contra a pandemia, a imunização é peça-chave para a retomada da normalidade.

 

Na Praça da Liberdade, mesmo ao ar livre, Matheus Pereira segue de máscara
Na Praça da Liberdade, mesmo ao ar livre, Matheus Pereira segue de máscara (foto: Gladyston Rodrigues/D.A Press/E.M)

Em Belo Horizonte, mais de 80% da população recebeu duas doses ou a dose única da vacina. Quanto à dose de reforço, ou terceira dose, 42% da população já completou o ciclo vacinal. Os dados foram publicados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), nesta quinta-feira (3/3).

Para Matheus Pereira, de 19 anos, a vacina trouxe um suspiro de alívio para a família. Apesar de estar de máscara em ambiente aberto, o jovem acredita que já era hora de flexibilizar a obrigatoriedade do acessório.

“Me preocupava no início, por ter pessoas idosas em casa, mas agora não mais. Todas estão vacinadas”, afirmou, orgulhoso. Matheus acredita, porém, que o uso da máscara em ambientes fechados deve ser mantido.

 

Márcio Antônio Silva, de 68 anos, é morador do bairro Sagrada Família
Márcio Antônio Silva, de 68 anos, é morador do bairro Sagrada Família (foto: Gladyston Rodrigues/D.A Press/E.M)

Márcio Antônio Silva, de 68, é morador do Bairro Sagrada Família, e também afirma que só se sente tranquilo por conta da vacina. Na rua, se permite baixar um pouco a máscara para respirar, mas não tira a máscara do rosto.

"Concordo com a flexibilização, mas com responsabilidade. Me vacinei, fico mais tranquilo, porém, só fico sem máscara em casa", enfatiza.

 


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  • Ana Paula Aguiar caminha de máscara na Praça Sete, Região Central de BH
    Ana Paula Aguiar caminha de máscara na Praça Sete, Região Central de BH Foto: Gladyston Rodrigues/D.A Press/E.M
  • No primeiro dia do decreto, maioria segue de máscara na movimentada Praça Sete
    No primeiro dia do decreto, maioria segue de máscara na movimentada Praça Sete Foto: Gladyston Rodrigues/D.A Press/E.M
  • Tamiê Gonçalves afirma estar sem máscara por se tratar de um ambiente aberto e defende o uso do acessório em locais fechados
    Tamiê Gonçalves afirma estar sem máscara por se tratar de um ambiente aberto e defende o uso do acessório em locais fechados Foto: Gladyston Rodrigues/D.A Press/E.M
  • Lilian Lopes se sente segura para andar sem máscara, mas acha que ainda é cedo
    Lilian Lopes se sente segura para andar sem máscara, mas acha que ainda é cedo Foto: Gladyston Rodrigues/D.A Press/E.M
  • Na Praça da Liberdade, mesmo ao ar livre, Matheus Pereira segue de máscara
    Na Praça da Liberdade, mesmo ao ar livre, Matheus Pereira segue de máscara Foto: Gladyston Rodrigues/D.A Press/E.M
  • Márcio Antônio Silva, de 68 anos, é morador do bairro Sagrada Família
    Márcio Antônio Silva, de 68 anos, é morador do bairro Sagrada Família Foto: Gladyston Rodrigues/D.A Press/E.M
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