Municípios de cinco estados e o Distrito Federal começaram a flexibilizar o uso de máscaras contra o novo coronavírus. No caso de Brasília, a circulação sem o item de proteção estava prevista para ser liberada na segunda-feira, mas o governo local antecipou para ontem. A decisão do governador Ibaneis Rocha (MDB) ocorreu após a taxa de transmissão na cidade atingir o menor nível observado desde o início da pandemia: 0,6, na última quinta-feira. A obrigatoriedade do uso do acessório foi determinada no DF em 30 de abril de 2020 (leia mais na página 13).
Além do DF, Minas Gerais, Maranhão, Mato Grosso e Rio de Janeiro autorizaram a circulação sem máscara em locais abertos. São Paulo e Goiás ainda avaliam tomar essa decisão. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina houve flexibilização também, mas apenas para crianças de até 12 anos.
Na avaliação de Mauro Sanchez, vice-coordenador da Sala de Situação da Covid-19, da Universidade de Brasília (UnB), o cenário epidemiológico permite uma flexibilização da medida proteção, desde que haja severo monitoramento da situação. "Com os indicadores que a gente tem hoje, é plausível essa medida, contanto que se continue monitorando os índices, não pode ter aglomerações", frisou. "A taxa de transmissão e a disponibilidade de leitos permitem uma flexibilização, já que temos uma diminuição dos casos e uma vacinação razoável, apesar de que a terceira dose e a imunização de crianças ainda estão em níveis baixos."
De acordo com Sanchez, as previsões da comunidade científica indicam que, com a vacinação e o nível de transmissão atual, o país terá algum tempo de tranquilidade. "O medo desse período de calmaria é que as pessoas relaxem. Mesmo com a melhora, a pandemia não acabou. Por isso, é importante manter a comunicação com a população. Caso contrário, os números voltam a subir", alertou.
A expectativa para as próximas semanas é em relação aos impactos do carnaval. No período da festa, houve registro de aglomerações pelo país. "Você não tem documentado quantos blocos ou festas clandestinas tiveram, então, é difícil quantificar. Por isso, para a liberação das máscaras em locais abertos, não acho que precisaria esperar 15 dias após o carnaval, já que não temos certeza se os casos aumentarão", destacou Sanchez. "Mas, se, de fato, as aglomerações do carnaval fizerem muitas pessoas ficarem doentes, aí temos de continuar monitorando e reverter a medida."
*Estagiárias sob a supervisão de Cida Barbosa
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