nova paralisação

'Basta uma faísca para explodir', diz Janones sobre greve dos caminhoneiros

O deputado federal esteve nesta segunda-feira (14/3) na prefeitura de Belo Horizonte para debater com o prefeito Alexandre Kalil (PSD) sobre as eleições

Natasha Werneck - EM
postado em 14/03/2022 16:21 / atualizado em 14/03/2022 16:21
Deputado federal André Janones (Avante) esteve reunido com o prefeito Alexandre Kalil (PSD) nesta segunda-feira (14/3) na prefeitura de Belo Horizonte -  (crédito: Divulgação  )
Deputado federal André Janones (Avante) esteve reunido com o prefeito Alexandre Kalil (PSD) nesta segunda-feira (14/3) na prefeitura de Belo Horizonte - (crédito: Divulgação )

O deputado federal André Janones (Avante), pré-candidato à presidência da República, informou nesta segunda-feira (14/3) que o novo aumento da Petrobras no preço dos combustíveis, anunciado na última semana, estimulou uma adesão ainda maior a um movimento grevista dos caminhoneiros e pode haver uma greve ainda maior do que a de 2018. O parlamentar esteve reunido com o prefeito Alexandre Kalil (PSD) hoje na prefeitura de Belo Horizonte para debater sobre as eleições deste ano.

Janones foi uma liderança que alcançou visibilidade nacional com a greve dos caminhoneiros em 2018, quando se posicionou ao lado dos manifestantes e estabeleceu um diálogo direto com a categoria. Ele mantém o contato com lideranças dos caminhoneiros e ressalta que uma nova paralisação pode ocorrer a qualquer momento. "É a primeira vez que temos uma possibilidade real de uma nova paralisação nacional em nosso país desde 2018. Se isso acontecer – não estou garantindo que vai, mas há um clima favorável –, existe uma adesão que não existiu nos últimos quatro anos em proporções bem maiores daquele de 2018", alertou o deputado durante coletiva de imprensa na prefeitura de Belo Horizonte.

"A gente tem dialogado, entendo que esta deve ser a última opção e precisamos preservar a economia, empregos, mas chega um momento que não dá mais. As pessoas dão o grito de ‘chega, não aguento mais, estou sendo roubado, isso precisa mudar’. E se insistirem em só ouvir a voz das ruas, vão ouvir porque tem muita gente disposta a iniciar esse movimento e não tenho dúvida que teria uma adesão da população brasileira como jamais vista", ressaltou. "É um barril de pólvora, basta colocar uma faísca lá que a coisa explode", acrescentou.

Ele admitiu que uma paralisação deve ser o último caso, mas apontou que chegou em um limite. "Ninguém quer uma paralisação, uma greve neste momento, porque a gente sabe os efeitos danosos que isso causaria à economia do nosso país: desemprego, aumento dos preços. É uma situação extremamente delicada, mas temos que enxergar o outro lado também”, disse.

Janones ainda afirmou que, apesar dos prejuízos que uma greve pode causar, ela se faz necessária em casos como estes de constantes aumentos no preço dos combustíveis. “Todas as grandes conquistas ao longo da humanidade vieram com um alto preço, alto custo, fruto de muitas lutas e, às vezes, de algumas perdas momentâneas, mas que no futuro se mostraram vantajosas, essenciais para que fosse estabelecida uma harmonia no país, naquela sociedade", defendeu.

"É isso que eu vejo acontecer neste momento, mesmo cientes desses efeitos danosos, as pessoas não estão aguentando mais. Estão sufocadas, com aquela sensação: 'A gente vai preservar a economia, sabemos que vai piorar, mas se a gente continuar de braços cruzados vão continuar metendo a mão no nosso bolso, enquanto meia dúzia bilionários vão ganhar cada vez mais dinheiro'”, acrescentou o deputado.

Ele continuou: “Essa greve de 2018, ao qual participamos de maneira efetiva na liderança, tinha um objetivo claro: mudança da política de preço da Petrobras, que a gente deixasse de adotar esse modelo seguindo a cotação do dólar. Não foi feito isso, costumo dizer que passaram ‘melzinho’ nos caminhoneiros, iludiram eles com a concessão de um subsídio que resolveu momentaneamente, mas sabíamos desde o início que aquilo era uma solução provisória e não geraria um efeito a médio ou longo prazo e as coisas voltariam como estavam. Mas não voltaram como estavam, voltaram ainda pior, sacrificando ainda mais o brasileiro, o trabalhador."

Por fim, o deputado pediu para que as reivindicações sejam atendidas antes que uma nova greve se inicie no país. "Espero consciência daqueles que estão no poder, o presidente da República, seus ministros, para que possam tomar uma atitude efetiva para mais do que impedir a alta do petróleo, mas promover uma redução num curto prazo porque se isso não acontecer pode haver um risco real de um novo movimento grevista em proporções maiores do que ocorreu em 2018", concluiu.

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