Cinco pessoas morreram em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, por causa dos novos temporais que atingiram a cidade, no último domingo. Os bombeiros resgataram uma pessoa com vida e há quatro desaparecidas. As novas chuvas ocorreram 33 dias depois de as tempestades terem feito, em fevereiro, 233 óbitos.
A cidade sequer conseguira se recuperar dos estragos do mês passado. Novamente o Morro da Oficina, no Alto da Serra — localidade mais afetada na chuva anterior, onde houve mais de 80 óbitos —, foi o mais atingido e registrou duas mortes. Outras duas ocorreram na Rua Washington Luiz, uma das principais do centro de Petrópolis. Houve ainda uma vítima fatal na Rua Pinto Ferreira, no bairro Valparaíso.
O domingo apresentou o acumulado pluviométrico de 534.6 milímetros, o maior índice registrado na história de Petrópolis. Em 10 horas, choveu 415 milímetros somente na localidade de São Sebastião, e aproximadamente 570 pessoas foram atendidas em pontos de apoio. Os outros bairros com grande registro de chuvas foram Coronel Veiga, com 375,2 milímetros; Dr. Thouzet, com 363,8; e Vila Felipe, com 337,4.
Vídeos publicados nas redes sociais mostraram o novo estrago na cidade. Entre as regiões mais afetadas pela tempestade estão: Alto da Serra, Vila Felipe, São Sebastião, Quitandinha, Castelânea, Chácara Flora, Centro, Quissamã, Morin, Independência, Mosela, Siméria, Caxambu, Coronel Veiga, Estrada da Saudade, Saldanha Marinho, Vila Militar, Bingen, Carangola, Floresta, Itaipava, Provisória, Quarteirão Brasileiro e Valparaíso.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), esteve com o prefeito Rubens Bomtempo para, novamente, se comprometer com ajuda financeira e material. O estado liberou aproximadamente R$ 200 milhões para obras emergenciais na cidade. Castro disse, ainda, que desde domingo 150 bombeiros estão trabalhando no município.
Todas as sirenes foram acionadas para o toque de mobilização e, enquanto houver chuva, continuarão sinalizando o risco de desabamento. A recomendação é que, em caso de emergência, a população seja direcionada aos locais de acolhimento, onde permanecerá até que a tempestade cesse. Segundo a Defesa Civil do município, 13 estruturas — a maior parte delas em escolas da rede pública — estão preparadas para receber os moradores de áreas de risco.
Trauma profundo
Em 15 de fevereiro, uma forte tempestade provocou o deslizamento de encostas e casas, matando 233 pessoas, na maior tragédia ocorrida na cidade. Desde então ainda há quatro pessoas desaparecidas e mais de 700 desabrigadas. Naquele dia, em seis horas, foram registrados 259 milímetros de chuva, mais do que o esperado para todo o mês.
As novas mortes chegam em um momento em que os moradores da cidade buscavam retomar a rotina em meio ao trauma. Era o caso da auxiliar de serviços gerais Viviane de Souza Ribeiro, de 42 anos, que perdeu quatro parentes e teve a sua casa atingida pela lama.
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