Vacinação contra covid-19

Ministério da Saúde recomenda quarta dose para idosos com mais de 80 anos

Anteriormente, a quarta dose, também conhecida como segunda dose de reforço, só era indicada pela pasta para pessoas imunocomprometidas com mais de 18 anos

Maria Eduarda Cardim
postado em 23/03/2022 15:32 / atualizado em 23/03/2022 18:45
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (23/3) a recomendação da segunda dose de reforço contra a covid-19, também conhecida como quarta dose, para idosos com mais de 80 anos. A antecipação da medida por alguns estados, como São Paulo e Amazonas, foi criticada pelo ministro Marcelo Queiroga. A estimativa da pasta é de que 4,6 milhões de idosos sejam imunizados. 

A aplicação desta quarta dose deve ser feita quatro meses após o primeiro reforço (terceira dose). Outra orientação da pasta é que o segundo reforço seja feito, preferencialmente, com a vacina da Pfizer. A pasta avisa que já há vacinas da Pfizer suficientes para aplicação neste grupo. 

As vacinas da Janssen e da AstraZeneca "também podem ser utilizadas, independentemente do imunizante anterior", diz nota do Ministério da Saúde.

Anteriormente, a quarta dose só era indicada pela pasta para pessoas imunocomprometidas com mais de 18 anos. A ampliação do grupo que receberá o segundo reforço da covid-19 foi discutida pelos especialistas da Câmara Técnica Assessora em Imunizações (CTAI).

Estes consideraram a redução da efetividade das vacinas da covid-19 entre as faixas etárias mais avançadas para recomendar a quarta dose para este grupo. "A diminuição da efetividade das vacinas em idosos, a partir de 3 a 4 meses depois da aplicação, pode ser explicada pelo envelhecimento natural do sistema imunológico, o que exige uma estratégia diferenciada para a proteção desse grupo", explicou o ministério. 

A necessidade da aplicação da quarta dose da vacina da covid-19 em outras faixas etárias é acompanhada pela pasta "e as recomendações podem ser revistas a qualquer momento", diz a Saúde.

Estados

Em São Paulo, maior estado do Brasil, a aplicação da quarta dose da vacina contra a covid-19 começou na última segunda (21). O novo reforço dos idosos foi uma recomendação do Comitê Científico da Covid no Estado.

"O Comitê levou em consideração na decisão o alto índice de mortalidade entre os idosos desta faixa etária durante a circulação da variante ômicron, que foi superior aos óbitos ocorridos nos dois outros picos da pandemia em 2020 e 2021", explicou o governo de SP.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, chegou a criticar a antecipação da quarta dose em idosos feita pelo governador João Doria (PSDB). Para ele, "o governador de São Paulo e outros chefes do Executivo, seja de estado ou de município, muitas vezes, interferem no processo decisório a respeito da imunização".

"Às vezes, são interferências oportunas, mas essas questões devem ser discutidas no âmbito do Ministério da Saúde, que é quem lidera esse processo. Se cada um quiser seguir de uma forma, o que vai acontecer?", criticou. 

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