rio de janeiro

Mãe de Henry Borel usará tornozeleira eletrônica

Correio Braziliense
postado em 06/04/2022 00:01
 (crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil/ Fotos Publicas)
(crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil/ Fotos Publicas)

Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel — morto com sinais de maus tratos, em 8 de março do ano passado —, vai trocar a cadeia pela vigilância da tornozeleira eletrônica. Ela está presa preventivamente desde abril de 2021, assim como o então namorado, Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho, também denunciado pela morte da criança. A decisão de libertar Monique da cadeia foi da juíza Elizabeth Machado Louro, do 2º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro.

Pesou na decisão da magistrada o argumento da defesa de que Monique sofre constantemente agressões e ameaças de outras presas no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. "Ocorre que, mesmo em ambiente carcerário, multiplicaram-se as notícias de ameaças e violação do sossego da requerente, que, não obstante, não tenham sido comprovadas, ganharam o fórum das discussões públicas na imprensa e nas mídias sociais, recrudescendo, ainda mais, as campanhas de ódio contra ela dirigidas", registrou a magistrada.

Monique será monitorada por uma tornozeleira eletrônica e não poderá manter contato com nenhuma testemunha do caso.

A juíza rejeitou, porém, o pedido da defesa de Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, também denunciado pela morte da criança, e manteve sua prisão preventiva. Para ela, os argumentos utilizados pela defesa do réu para a revogação da prisão já foram analisados em outros momentos do processo, inclusive por instâncias superiores.

Para a defesa de Monique, a decisão da juíza reforça os argumentos dos advogados de que Monique não tinha conhecimento das agressões sofridas pelo filho. Na decisão, a magistrada reforça que, nos autos, não há menção a uso de "violência extremada" por parte de Monique nem que ela "tenha visto sequer qualquer dos atos violentos".

O Ministério Público foi contra a soltura da mãe de Henry Borel e informou que vai recorrer da decisão.

Maus-tratos

Henry Borel tinha 4 anos de idade quando deu entrada, já sem vida, em um hospital carioca, vítima de maus-tratos. Ele foi levado pela mãe e pelo padrasto, sob alegação de que o menino havia sofrido um acidente no apartamento do casal.

O Ministério Público denunciou o então vereador Dr. Jairinho, padrasto do menino, como um dos autores do crime. Ele foi indiciado por homicídio triplamente qualificado, tortura e coação de testemunhas e apontado como autor das torturas ao menino. A mãe, Monique, também foi denunciada pelos mesmos crimes.

Laudos periciais constataram as agressões sofridas pelo menino. Ele apresentava lesões na cabeça, hematomas e lesões internas. O crime provocou uma comoção nacional, imagens de Henry Borel se espalharam pelas redes sociais, e o casal passou a ser alvo de xingamentos e ameaças.

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