IANOMÂMI

Entidade diz que indígenas receberam ouro para omitir crimes de garimpeiros

Declaração foi feita nesta sexta-feira (29/4), pelo Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana. Uma menina ianomâmi, de 12 anos, morreu após ser estuprada por garimpeiros na região do Palimiú, em Roraima

Maria Eduarda Angeli*
postado em 29/04/2022 15:11 / atualizado em 29/04/2022 18:00
 (crédito: Condisi-YY/Divulgação)
(crédito: Condisi-YY/Divulgação)

Segundo o Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana (Condisi-YY), indígenas receberam ouro de garimpeiros para se calarem sobre crimes cometidos contra a comunidade. A declaração foi feita nesta sexta-feira (29/4).

Em nota, a entidade afirmou que, ao chegar à comunidade onde teriam ocorrido o estupro e a morte de uma menina ianomâmi de 12 anos, encontrou o local em chamas e sem a presença dos moradores. "Após insistência, alguns indígenas relataram que não poderiam falar, pois teriam recebido 5 gramas de ouro dos garimpeiros para manter o silêncio."

"Esses indígenas foram coagidos e instruídos a não relatar qualquer ocorrência que tenha acontecido na região, dificultando a investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, que acabaram relatando não haver qualquer indício de estupro ou desaparecimento de criança”, completou o Condisi-YY.

Um relatório publicado pela Hutukara Associação Yanomami, no último dia 11, revelou que, em 2020, pelo menos três crianças e adolescentes com idades entre 10 anos e 13 anos foram assassinadas após serem sexualmente abusadas por garimpeiros em uma região conhecida como polo-base Kayanaú.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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