Covid-19

Vacinas não causaram morte de crianças

O Ministério da Saúde informou que nenhuma criança e adolescente entre 5 e 18 anos morreu por consequência de reações à vacina contra a covid-19. O dado consta do último boletim epidemiológico da covid-19 divulgado pela pasta. O ministério investigou 38 eventos adversos graves com desfecho de óbito notificados pelas vigilâncias municipais e estaduais. Nenhum deles, entretanto, tem relação com as vacinas.

"Até o momento, não há registro de evento adverso pós-vacinação com desfecho de óbito na faixa etária de cinco a menores de 18 anos com relação causal com as vacinas utilizadas confirmada", informou o boletim, divulgado na última terça-feira. Antes de incluir crianças e adolescentes como público-alvo da campanha de vacinação da covid-19, a pasta comandada pelo ministro Marcelo Queiroga incitou dúvidas sobre a segurança do imunizante para essa faixa etária. O governo chegou a lançar uma consulta pública sobre a imunização desse grupo.

Além disso, o governo federal cogitou a necessidade de prescrição médica para a vacinação de crianças. Segundo especialistas, a exigência geraria um receio desnecessário e, consequentemente, uma hesitação vacinal. Causaria, ainda, uma enorme procura à rede pública de saúde para a obtenção do documento.

Impacto positivo

Passados quase quatro meses do início da imunização deste grupo etário, a pasta reforça a segurança das vacinas. No boletim, o Ministério da Saúde afirma que as vacinas utilizadas no Brasil "apresentam excelente perfil de risco benefício" e já geraram um "impacto extremamente positivo na saúde da população brasileira, com a redução expressiva dos casos, internações e óbitos pela doença".

Após a investigação dos 38 eventos adversos graves com desfecho de óbito de crianças e adolescentes, 23 foram classificados como eventos coincidentes ou inconsistentes; 13 foram encerrados como inclassificáveis pela ausência de dados na investigação; e dois apresentaram dados conflitantes para estabelecer relação causal com a vacinação.

As vacinas utilizadas nessa faixa etária são o imunizante da Pfizer e a CoronaVac, ambos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O relatório aponta que, na faixa de 5 a 18 anos, foram registrados 3.463 casos de evento adverso pós-vacinação. A maioria, 87,9%, foi de eventos adversos não graves, e 12,1% foram considerados eventos adversos graves. Segundo dados do Localiza SUS, até o momento, apenas 4,7 milhões de crianças de 5 a 11 anos completaram o esquema vacinal com duas doses de imunizante contra covid-19.

A quantidade de imunizados é pequena. O Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) estima que existam, aproximadamente, 20,5 milhões de pessoas entre 5 e 11 anos no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 10,9 milhões de pessoas deste grupo etário já tomaram a primeira dose. Quando se observa os adolescentes entre 12 e 17 anos, 12,2 milhões de pessoas já concluíram o esquema vacinal.