Ministro "não tem noção" sobre sumiço

Taísa Medeiros
postado em 09/06/2022 00:01
 (crédito:  AFP)
(crédito: AFP)

O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, disse, ontem, que ainda "não tem noção" das circunstâncias em que ocorreu o sumiço do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira — desaparecidos desde domingo no Vale do Javari (AM). Em audiência pública na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara para prestar esclarecimentos sobre compras superfaturadas de Viagra e de próteses penianas pelas Forças Armadas, ele foi questionado sobre o caso, que, conforme observou, ocorreu em uma região que classificou como "crítica" e "muito sensível".

"O problema no Vale do Javari, quero deixar bem claro, imediatamente após a notícia circular, o ministro da Defesa comunicou-se com os três comandantes de Força para que os três iniciassem o planejamento para o socorro à dupla desaparecida. Nós estamos falando de Atalaia do Norte um local que não se chega nem avião. Não tem campo de pouso. Chega em Tabatinga. E de Tabatinga para Atalaia do Norte, mesmo de barco já é um bom tempo", explicou.

Conforme Paulo Sérgio, não houve atraso na ação das Forças Armadas — apesar das várias críticas de entidades ligadas aos índios e à preservação da região. "Não houve retardo. Consideradas as distâncias e o tamanho da nossa Amazônia, e a geografia da floresta e dos rios, pode parecer que houve algum retardo. Mas não houve", frisou.

Porém, na segunda-feira, quando o desaparecimento veio à público, o Exército informou que só agiria "mediante acionamento por parte do Escalão Superior" — segundo nota divulgada à imprensa. Somente na terça-feira pela manhã é que o Comando Militar da Amazônia e a Marinha mobilizaram homens e aeronaves para intensificar a busca.

O ministro afirmou que cerca de 150 militares estão na região para realizar buscas em terra e água. Paulo Sérgio disse desconhecer os motivos do desaparecimento de Bruno e Dom e relatou que o Vale do Javari é uma região "crítica". "Tudo está sendo feito", garantiu aos deputados.

"É uma área crítica, mas é uma área muito sensível, tem muito problema na área e a gente não tem noção do que pode ter acontecido", explicou.

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