Teve maldade, diz Bolsonaro

Correio Braziliense
postado em 14/06/2022 00:01
 (crédito: Twitter)
(crédito: Twitter)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, ontem, que "indícios levam a crer que fizeram alguma maldade" com Dom Phillips e com Bruno Pereira. Em entrevista à emissora CBN Recife, ele disse considerar improvável que a dupla ainda seja encontrada com vida.

"Os indícios levam a crer que fizeram alguma maldade com eles, porque já foram encontradas vísceras humanas boiando no rio, que já estão aqui em Brasília para fazer o DNA. E pelo tempo — já temos oito dias, indo para o nono — que isso tudo aconteceu, vai ser muito difícil encontrá-los com vida. Peço a Deus que isso aconteça, que os encontremos com vida", afirmou.

Na mesma entrevista, o presidente mais uma vez criticou o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que o governo adotasse 'todas as providências necessárias' para encontrar o indigenista e o jornalista. "É dispensável o senhor Barroso dar uma de 'dono da verdade.' Ele (Barroso) se preocupou apenas com esses. Nós nos preocupamos com todos os desaparecidos no Brasil", disse.

Mais tarde, Bolsonaro voltou a comentar o desaparecimento e, ao ser questionado se o caso traz algum tipo de prejuízo para a imagem do Brasil, disse os dois teriam decidido correr o risco. "Não vamos pensar nisso. Prejuízo foi para a família deles, em primeiro lugar. Isso acontece em qualquer lugar do mundo. Acho que até os dois sabiam do risco que corriam naquela região. Os dois sabiam", observou, acrescentando que "tudo está sendo investigado".

O presidente deu a entender, ainda, que as investigações estão adiantadas. "Têm nomes, têm pessoas. Já se levanta um comportamento deles na área, se era querido ou não. Se porventura, quando saíram do porto, alguém foi atrás ou não foi. Desde o primeiro dia, começou com a Marinha, no dia seguinte estava a Polícia Federal, Forças Armadas, todo mundo na busca", disse.

Contingente

Bolsonaro explicou que não há previsão para o envio de reforço ao local. "Não tem porque mandar mais gente para lá. Chegou a bater 250 pessoas, duas aeronaves e muita embarcação. Lá tem de tudo que se possa imaginar naquela região. Eu lamento eles terem saído da forma como saíram, duas pessoas apenas, em terras desprotegidas. Tem notícia de pirata na região. Tudo tem ali", afirmou.

Já no Senado, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse também ontem que eventual confirmação da morte de Dom e Bruno seria "coisa das mais graves". A declaração foi dada no Plenário, durante a abertura da sessão extraordinária.

"O Bruno Araújo Pereira, servidor da Funai, vinha denunciando uma série de irregularidades, crimes praticados naquela região, de atentados a povos indígenas, de descumprimento da lei, de um Estado paralelo ali implantado", salientou.

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