Repercussão do assassinato veio imediatamente

Fábio Grecchi
postado em 16/06/2022 00:01
 (crédito: Reprodução/Redes sociais)
(crédito: Reprodução/Redes sociais)

Assim que a coletiva com os representantes das forças do Estado confirmou que foram encontrados restos mortais que podem ser de Dom Phillips e de Bruno Araújo Pereira, a repercussão foi imediata. Entidades ligadas à proteção do meio ambiente, políticos, veículos de imprensa e pessoas com grande número de seguidores nas redes sociais se manifestaram sobre o crime.

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), que fazia um estreito trabalho com Bruno de proteção das comunidades nativas, classificou o assassinato dos dois como um crime "político". "A Univaja compreende que o assassinato de Pereira e Phillips constitui um crime político, pois ambos eram defensores dos direitos humanos e morreram desempenhando atividades em benefício de nós, povos indígenas do Vale do Javari, pelo nosso direito ao bem-estar, pelo nosso direito ao território e aos recursos naturais que são nosso alimento e garantia de vida", afirmou a entidade.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tuitou sobre a descoberta de restos mortais que podem ser de Dom e Bruno. "É com enorme pesar que recebo a notícia de que foram encontrados os restos mortais do indigenista Bruno Araújo e do jornalista Dom Phillips. Em respeito às vitimas, à Amazônia e à liberdade de imprensa, espero que todos os criminosos envolvidos sejam punidos com o rigor da lei".

O Observatório do Clima também lamentou a notícia: "É com tristeza e revolta que recebemos a notícia de que Bruno Pereira e Dom Phillips foram assassinados no Vale do Javari. Nossos pensamentos se voltam às famílias de ambos, numa dor que também é nossa".

A Amazon Watch, outra organização não-governamental, disse que "estamos devastados com os assassinatos de Dom Phillips e Bruno Araújo e mandamos nossos profundos sentimentos às famílias. Eles puseram suas vidas em risco por uma honrada missão: proteger a Amazônia e defender os povos indígenas. O trabalho deles prosseguirá".

Repórter do The Guardian como Dom, o colega de reportagem Tom Phillips disse apenas: "Vá em paz amigo".

Os senadores Alessandro Vieira (PSDB-SE), Leila Barros (PDT-DF), Renan Calheiros (MDB-AL) e Eliziane Gama (Cidadania-MA) também se solidarizaram às famílias e manifestaram a revolta pelo homicídio dos dois. "O assassinato bárbaro de Bruno e Dom é um atestado da falência do estado brasileiro. Nos falta tudo, inclusive capacidade de indignação, cada vez mais anestesiada pela sucessão de tragédias", reagiu Alessandro.

Deputados como Alessandro Molon (PSB-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também protestaram pelas redes sociais. "Estarrecedora a notícia de que os corpos de Dom Phillips e Bruno Araújo foram 'esquartejados e incinerados'. Revoltante dispor de vidas com requinte de crueldade. Quem cometeu os crimes? A mando de quem? Qual o motivo?", observou Jandira.

O rapper Emicida e youtuber Felipe Neto também manifestaram indiganção com os assassinatos. "É uma tristeza sem fim. Dom Phillips me entrevistou para o The Guardian. Uma pessoa amável, fantástica. Ele e Bruno Pereira foram brutalmente assassinados em decorrência da falta de combate às práticas ilegais na Amazônia pelo atual governo", destacou Felipe.

Dos pré-candidatos à Presidência, somente Luiz Inácio Lula da Silva prestou solidariedade. "A confirmação do assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips é uma notícia que causa dor e indignação. O que se exige agora é uma rigorosa investigação do crime. Bruno e Dom viverão na esperança de um mundo melhor".

Veículos de imprensa — entre os quais The Guardian, Sky News, BBC, Daily Mail, ABC News, Channel 4 News, DW News, Al Jazeera, CNN Internacional, The Washington Post, The New York Times, Wall Street Journal e The Telegraph — ressaltaram o assassinato. Disseram, ainda, que a descoberta dos corpos só foi possível pela revelação do local de um dos acusados do crime, Amarildo da Costa Oliveira.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags