Desaparecimento na Amazônia

EUA pedem prestação de contas e justiça pelos assassinatos de Dom e Bruno

Para o porta-voz da Casa Branca, deve haver o fortalecimento coletivo para proteção de jornalistas e defensores do meio ambiente. A declaração vem em meio à pressão internacional para providências em relação ao crime

Tainá Andrade
postado em 17/06/2022 17:21 / atualizado em 17/06/2022 17:22
 (crédito: CARL DE SOUZA / AFP)
(crédito: CARL DE SOUZA / AFP)

Os Estados Unidos pediram prestação de contas e justiça pelas mortes do indigenista Bruno Araújo e do jornalista britânico Dom Phillips. Nesta sexta-feira (17/6), o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, escreveu em sua rede social ser preciso "fortalecer coletivamente os esforços para proteger defensores do meio ambiente e jornalistas". 

Desde o desaparecimento de Dom e Bruno, no último dia 5, o governo vem recebendo muitas críticas pela postura passiva como cuidou do caso e pelas medidas que têm adotado em relação à proteção de ambientalistas. Após a confissão dos assassinatos, na quarta-feira (15), a pressão internacional aumentou, com protestos em diversos países.

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) divulgou nota afirmando que o assassinato é um crime político, porque "ambos eram defensores dos direitos humanos e morreram desempenhando atividades em benefício de nós, povos indígenas do Vale do Javari".

A entidade ainda lembrou que os autores do crime foram motivo de ofícios enviados ao Ministério Público Federal (MPF), à Fundação Nacional do Índio (Funai) e à Polícia Federal (PF). "O requinte de crueldade utilizado na prática do crime evidencia que Pereira e Phillips estavam no caminho de uma poderosa organização criminosa que tentou a todo custo ocultar seus rastros durante a investigação", destacou a Univaja. 

Justiça 

A justiça brasileira tem se envolvido no caso com algumas determinações que deram celeridade às investigações. Na sexta-feira passada (10), o Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de decisão do ministro Luís Roberto Barroso, determinou o prazo de cinco dias para que as autoridades apresentassem um relatório sigiloso com as providências adotadas e informações obtidas do caso. O descumprimento do prazo implica uma multa diária de R$ 100 mil.  

Na última quarta-feira (15), a Justiça Federal do Amazonas ordenou que a Fundação Nacional do Índio (Funai) retirasse do ar uma nota que desacreditava os trabalhos realizados pelo indigenista Bruno Araújo. A Juíza responsável pela determinação entendeu que o órgão fez uma “inversão de lógica". 

Além disso, foi determinado que a Funai providenciasse reforço nas equipes de buscas para os desaparecidos e para proteção do quadro de efetivo. “Envio imediato de forças de segurança pública específicas para garantir a integridade física dos seus servidores e dos povos indígenas em todas as Bases de Proteção do Vale do Javari”, decidiu a Justiça.

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