Perícia confirma despojos de Dom

Correio Braziliense
postado em 18/06/2022 00:01

A perícia nos restos mortais que chegaram, na última quinta-feira a Brasília, concluiu que parte dos despojos pertence a Dom Philips. Os técnicos do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal identificaram, ontem, a arcada dentária do jornalista. Os dois corpos foram regatados depois que o pescador Amarildo da Costa Oliveira indicou às autoridades onde havia enterrado os cadáveres — 3,1km distante do ponto onde aconteceu o crime, nas margens do Rio Itaquaí, próximo à Atalaia do Norte (AM).

De acordo com PF, apesar da identificação dos restos mortais de Dom, a perícia continuará para que seja feita a "completa identificação dos remanescentes". Em relação aos despojos de Bruno Araújo Pereira, os técnicos aguardam documentos da família do indigenista para continuar com as confirmações.

"Encontram-se em curso os trabalhos para completa identificação dos remanescentes, para a compreensão das causas das mortes, assim como para indicação da dinâmica do crime e ocultação dos corpos", explicaram os peritos, por meio de nota.

Sobre os vestígios de sangue colhidos na embarcação de Amarildo, a Superintendência da PF no Amazonas informou que um "um perfil genético completo, de indivíduo do sexo masculino", foi obtido. Porém, ao comparar com os DNAs de Bruno e Dom, os resultados não se mostraram compatíveis.

"O Instituto Nacional de Criminalística excluiu a possibilidade de esse vestígio ser proveniente de Dom Phillips. A possibilidade de ser originada de Bruno restou inconclusiva, sendo necessária a realização de exames complementares", afirmaram.

Barco sumido

O barco usado por Bruno e Dom quando desapareceram, no último dia 5, ainda não foi encontrado. Ontem, os agentes procuraram por todo o perímetro apontado por Amarildo. A nota do Comitê de Crise, que comanda as investigações, ressalta que as buscas estão ocorrendo em parceria com o apoio dos indígenas da região e dos integrantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Unijava).

Ao menos 100 indígenas, de cinco povos diferentes, ajudaram de forma voluntária nas buscas. Participaram da operação Marubos, Maiurunas, Matis, Kulinas e Kanamaris — que foram os responsáveis por encontrarem o barco de Amarildo e os pertences de Bruno e Dom, conforme divulgado pela PF na última segunda-feira.

De acordo com a Univaja, a Equipe de Vigilância da associação (EVU) iniciou as buscas na região quando se deram conta do sumiço do indigenista e do jornalista. A entidade assegura, também, que foram os integrantes das aldeias locais que orientaram o mapeamento do perímetro percorrido pelas equipes de buscas. (TA)

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