COVID-19

Covid-19: Até quando as pessoas devem usar máscaras?

Autoridades de saúde explicam a necessidade do uso obrigatório de máscaras, sobretudo com o aumento de casos no estado e a chegada do inverno

A chegada do inverno tem influenciado no aumento de casos de COVID-19 em Minas Gerais. Na última sexta-feira (3/6), o estado registrou 6.886 novos em 24 horas. Foi o quinto dia seguido que o estado contabilizou mais de 5 mil casos da doença. Mesmo assim, o número de mortes é baixo.

No início do mês passado, o Governo de Minas liberou o uso de máscaras em locais fechados, mas, nos últimos dias, por conta da alta incidência do novo coronavírus, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) orientou o retorno da medida.

Além disso, a cobertura vacinal das doses de reforço ainda é abaixo do esperado. Conforme a Secretaria do estado de saúde (SES-MG), somente 59,05% do público-alvo, com menos de 60 anos, tomou a dose de reforço ou terceira dose. Já a primeira dose foi aplicada em 89,27% da população mineira, enquanto a segunda foi tomada por 83,16%.

No caso do público idoso, com mais de 60 anos, somente 29,95% receberam a segunda dose de reforço ou quarta dose. As crianças, por sua vez, apenas 35,06% tomaram a primeira dose imunizante contra a COVID-19.

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Uso de máscaras no inverno previne infecção de COVID

Segundo o Infectologista, Estevão Urbano, o inverno é propício para o uso de máscaras, sobretudo em locais aglomerados e pouco ventilados. "As pessoas se aglomeram em lugares fechados e pouco ventilados, o que aumenta a concentração de vírus no ar. Então, a máscara minimiza o número de infectados", afirmou.

Estevão ressalta que o número de vacinados influencia parcialmente nas decisões de retornar a utilização de máscaras. "Mesmo que a maioria das pessoas se previnam com imunizantes da COVID-19 e da gripe, por exemplo, ainda é de bom tom o uso de máscara, já que a proteção das vacinas não é 100% e outras viroses também podem ser evitadas", disse.

Segundo o epidemiologista, infectologista e professor da UFMG, Geraldo Cunha Cury a medida é importante, tendo em vista a baixa adesão das doses de reforços da vacina contra a doença pelo público-alvo.

"Como nós temos no Brasil mais de 50 milhões de pessoas que não tomaram a dose de reforço e mais de 20 milhões que não receberam a segunda dose do reforço, além das 20 milhões que não tomaram nenhuma dose da vacina, estamos vivendo uma situação muito favorável para o vírus. Por isso, estamos observando o aumento de casos e internações. Tudo isso nos leva a indicar que o uso de máscara em locais fechados é um mecanismo que diminui a incidência do vírus, sendo uma medida sensata para combatê-lo", explicou.

Para o infectologista Estevão, uma das soluções para evitar o aumento de infecções é aplicar medidas mais severas e retornar a obrigatoriedade do uso, além de precisarmos conviver com as medidas de prevenção do vírus, por um bom tempo.

"Quando uma pessoa não utiliza máscara e a outra sim, embora esta se proteja, ela não possui uma proteção tão grande comparada a duas pessoas usando. Então, é importante que a medida amplie para todos, sendo obrigatório, pois, quando as autoridades apenas recomendam, abrem margem para a população não usar e aumenta a chance de transmissão. Nesse momento, com o crescimento dos casos, é importante a obrigatoriedade, mas isso é mapeado, já que, quando esse número baixa, pode ser apenas recomentado", conta.

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