Uma dupla apaixonada pelo Brasil profundo

Um dos maiores indigenistas da atualidade

Considerado um dos maiores indigenistas de sua geração, Bruno Araújo Pereira seguia a trilha aberta pelos irmãos Villas-Bôas e de Sydney Possuelo. Fez da região do Vale do Javari (AM) sua principal zona de atuação e pesquisa, local da floresta amazônica onde vivem vários povos originários isolados. Servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai), passou mais de uma década na região de Atalaia do Norte e fez profunda amizade com líderes indígenas locais, pelos quais era querido e respeitado. Por causa dessa proximidade, formou, com a ajuda da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari, um grupo de vigilantes para tentar conter o avanço da criminalidade e a devastação na localidade — assolada pela economia predatória de estreita ligação com o narcotráfico, de garimpo e pesca ilegais, grilagem de terras públicas e contrabando de plantas e animais para o mercado negro internacional. A atuação de Bruno começou a causar incômodo dentro da Funai quando articulou uma operação contra garimpeiros ilegais, desbaratada pela Polícia Federal. Por causa dela, foi colocado em disponibilidade pela autarquia.