Assassinato de Bruno e Dom

Prisão preventiva de suspeitos

Cristiane Noberto
postado em 10/07/2022 00:01
 (crédito:  LUCIOLA VILLELA)
(crédito: LUCIOLA VILLELA)

Os quatro suspeitos de assassinar o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips, no Vale do Javari (AM), tiveram, ontem, suas prisões preventivas decretadas pela Justiça Federal. "Todos os presos serão oportunamente transferidos para Manaus, onde permanecerão à disposição das autoridades policiais e da Justiça Federal", informou a nota da Polícia Federal (PF).

Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como "Pelado", Jefferson da Silva Lima, o "Pelado da Dinha", e Oseney da Costa de Oliveira estavam presos preventivamente desde junho. Rubens Villar Coelho, conhecido por "Colômbia", foi detido pela PF na sexta-feira passada e é suspeito de ser o mandante da barbárie cometida contra o indigenista brasileiro e o jornalista.

O quarteto é investigado por suspeita de terem matado e esquartejado Bruno e Dom há cerca de um mês na cidade amazonense. Havia uma expectativa de que a prisão fosse convertida em preventiva, já que o prazo da prisão de Amarildo vencia na última sexta.

Colômbia foi preso em flagrante por apresentar documento falso quando foi até a delegacia para negar o envolvimento com o crime. Segundo as investigações da PF, ele empregava os assassinos de Dom e Bruno, mas disse ter apenas "relação comercial" com os pescadores. Segundo o delegado da PF no Amazonas, Eduardo Fontes, ele também negou relação com a pesca ilegal na região.

"Ele diz que compra pescados que são lícitos e que possui uma relação comercial com alguns pescadores ali da região. Então, estamos apurando se existe apenas uma relação comercial, ou se há pesca ilegal onde ele efetivamente participa e financia. Então, tudo isso é objeto de investigação que está em andamento", frisou Fontes, em coletiva de imprensa. Com a decisão da Justiça, os quatro criminosos deverão ficar presos até o julgamento.

A determinação veio, na quinta-feira passada, pela juíza Jacinta Silva dos Santos, titular da Comarca de Atalaia do Norte, onde o processo tramita na Justiça Federal. A prisão, segundo a magistrada, ocorre por se tratar de crime que atinge direitos dos indígenas. O Ministério Público corroborou a decisão judicial.

Brutalidade

Dom e Bruno foram brutalmente assassinados em 5 de junho quando faziam uma viagem para Atalaia do Norte. O trajeto, de 72 quilômetros, deveria ser percorrido de barco em duas horas. Infelizmente, após vários dias de buscas, os corpos esquartejados e queimados foram encontrados, em 15 de junho. Segundo laudo, Bruno morreu após ser atingido por três disparos, dois no tórax e um na cabeça. E Dom foi atingido uma vez, no tórax.

De acordo com a União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja) há mais de um mandante e do duplo assassinato. "A prisão corrobora as provas que a Univaja mencionou em momento anterior e que ficaram à disposição da sociedade e das autoridades. Nós falamos que tinha uma pessoa financiando as atividades ilegais na região", disse o procurador da entidade, Eliesio Marubo.

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