Não é somente o vídeo em que é flagrado estuprando uma parturiente que vai complicar a situação do anestesista Giovanni Quintela Bezerra. Isso porque ataduras de gaze e medicamentos utilizados pelo médico nas cirurgias também serão periciados pela Polícia Civil.
Nos depoimentos colhidos pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), de São João de Meriti (RJ), testemunhas contaram que Quintella ficava sempre próximo demais da cabeça das parturientes. Além disso, ele montava uma espécie de "tenda" que impossibilitava que o restante da da equipe cirúrgica o visse.
O material orgânico a ser analisado se refere ao episódio registrado em vídeo e que ensejou a prisão em flagrante. Isso porque depois que terminou o ato contra a parturiente, o médico utilizou gaze para limpar a boca da paciente — o material foi descartado em uma lixeira do próprio centro cirúrgico.
Desconfiados de que estavam diante de um flagrante de predação sexual — foi por isso que registraram as imagens contra Quintella —, os enfermeiros da equipe que acompanhou o parto no Hospital da Mulher Heloneida Studart recolheram aquilo que foi descartado pelo médico e entregaram à polícia.
Segundo a delegada Bárbara Lomba, que preside o inquérito, "a mesma equipe de enfermagem, que fez um trabalho brilhante, digno de todos os elogios, também recolheu frascos de substâncias que foram ministradas à vítima, possivelmente para que o crime fosse cometido". Apesar da vasta experiência em crimes cometidos contra a mulher, a policial se confessa estarrecida.
"Nunca tinha visto nada parecido. São 21 anos de atuação na polícia, acostumada com atrocidades e toda sorte de violência", lamentou. (FG)
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