Infância

Região Sul do Brasil registra recorde de obesidade infantil

A segunda região com o maior número de crianças com grave obesidade é a Sudeste

Taísa Medeiros
postado em 20/07/2022 06:00
 (crédito: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil)
(crédito: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil)

O Brasil contabilizou, em 2021, 258.874 casos de obesidade grave em crianças de 5 a 10 anos de idade. É o que indica o compilado feito pela Fiquem Sabendo, agência de dados especializada no acesso a informações públicas com base nos dados do Ministério da Saúde. A região Sul é a que mais registra casos de obesidade grave, batendo a casa dos 9,68% da população infantil nessa faixa etária. No ranking entre os estados, o maior índice é o Rio Grande do Sul (10,68%), seguido do Paraná (10,01%) e Rio Grande do Norte (9,67%).

A segunda região com o maior número de crianças com grave obesidade é a Sudeste. Ao todo, o percentual corresponde a 8,36% dos casos — o equivalente a 82.342 crianças com a condição. Já a região com menores índices é a Norte, com 4,57%. A obesidade moderada também foi recorde na região Sul em 2021, com 12,92%.

O Ministério da Saúde mantém uma base de dados detalhada com a situação nutricional de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), em sua maioria em situação de vulnerabilidade social. O apanhado contém dados de 2008 a 2022, divididos por município. Os demais recortes, como ano e faixa etária, foram feitos pelo Correio. O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) reúne dados detalhados por faixa etária, gênero, raça e outros recortes.

Os índices de gordura corporal são registrados pelo Sisvan com base no Índice de Massa Corporal (IMC), que expressa a relação entre o peso da criança e o quadrado da estatura. É utilizado para identificar o excesso de peso entre crianças e tem a vantagem de ser um índice que será utilizado em outras fases do curso da vida, levando a um acompanhamento mais de perto.

Uma criança com a classificação de peso elevado para a idade pode ter problemas de crescimento, segundo o manual Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde, do Sisvan. No caso, é considerada obesidade grave pelo Ministério da Saúde quando o IMC da criança resulta maior que 40kg/m².

Para avaliar as crianças, são observados pelas equipes de saúde, os seguintes aspectos: peso por idade, estatura por idade, peso por estatura e IMC por idade. "Essa indicação baseia-se no conhecimento de que o desequilíbrio entre as necessidades fisiológicas e a ingestão de alimentos causa alterações físicas nos indivíduos, desde quadros de desnutrição até o sobrepeso e a obesidade", diz o manual.

Os dados correspondentes ao IMC são divididos em magreza acentuada, magreza, eutrofia, sobrepeso, obesidade e obesidade grave para as crianças de 5 a 10 anos. Para as de 0 a 5 não há dados de obesidade grave.

Magreza acentuada

Tanto a obesidade quanto a magreza podem ser consideradas distúrbios nutricionais. Correspondem a problemas relacionados ao consumo inadequado de alimentos, tanto por escassez quanto por excesso. A carência nutricional, por si só, é definida pelo manual como a "situação em que deficiências gerais ou específicas de energia e nutrientes resultam na instalação de processos orgânicos adversos à saúde". A magreza acentuada foi contabilizada com maior prevalência na região Nordeste (2,79%), o equivalente a 38.229 casos.

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