saúde

Hospitais particulares sofrem sem remédios

Rafaela Gonçalves Mariana Albuquerque* João Gabriel Freitas*
postado em 22/07/2022 00:01

A falta de medicamentos essenciais tem preocupado pacientes, funcionários e redes de hospitais particulares. Na pesquisa da Confederação Nacional de Saúde (CNS), que abrangeu 112 hospitais particulares e foi divulgada ontem, 87,6% das instituições denunciaram falta de soro e 40% disseram enfrentar preços 100% acima do cobrado pelo mercado.

Maely Retto, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (SBRAFH), disse que, desde o início da pandemia, a organização tem acompanhado as dificuldades de acesso a remédios. Ela adverte que o desabastecimento é um grave problema de saúde pública.

"Estamos enfrentando sérias dificuldades de acesso, especialmente de medicamentos imprescindíveis. São diversas as causas, inclusive já trazidas a público pelo próprio Ministério da Saúde. As principais são escassez de matéria-prima, a guerra na Ucrânia, lockdown na China e regulação de preços pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED)", afirmou.

Riscos

O presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Walter da Silva, explicou que a ausência dos fármacos compromete o tratamento dos pacientes, pois aumenta a possibilidade de ocorrência de complicações e de mortes. "A falta de dipirona injetável, por exemplo, implica o uso de opióides, mais potentes, mais caros e com maior risco de efeitos adversos e complicações para o paciente, como a dependência", disse Walter.

O CEF destacou a necessidade de o Brasil passar a produzir medicamentos básicos, já que quase 95% dos insumos comercializados atualmente dependem de matéria-prima importada da China.

*Estagiários sob a supervisão de Fabio Grecchi

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