Caso bruno e dom

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Correio Braziliense
postado em 23/07/2022 00:01
 (crédito: PF/ divulgação )
(crédito: PF/ divulgação )

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou à Justiça, na última quinta-feira, denúncia por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver contra três envolvidos nos assassinatos do indigenista Bruno de Araújo Pereira e do jornalista Dom Phillips. Tornaram-se réus Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, seu irmão Oseney da Costa de Oliveira, o Dos Santos, e Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha

A Justiça Federal de Tabatinga (AM) recebeu a denúncia do MPF e o juiz Fabiano Verli impôs sigilo aos autos. O documento foi elaborado pela procuradora Nathália di Santo, de Tabatinga, e por Samir Nachef Júnior, Edimilson da Costa Barreiro Júnior, Bruno Silva Domingos e Ricardo Pael Ardenghi, integrantes da Câmara Criminal do MPF, que auxilia nas apurações de crimes contra a vida.

Os promotores argumentam que tanto Amarildo quanto Jefferson confessaram o assassinato. Já Oseney foi arrolado no processo por conta de depoimentos de testemunhas.

O MPF salienta na denúncia que havia registros de desentendimentos entre Bruno e Amarildo por pesca ilegal em território indígena. Os promotores explicam, ainda, que a razão do crime teria sido o fato de o indigenista pedir para Dom fotografar o barco dos acusados, afirmando que aquela era a "embarcação do invasor" — informações que constam da confissão de Amarildo. A motivação foi considerada "fútil" e pode agravar a pena dos três.

Pelas costas

De acordo com a denúncia, Bruno foi morto com três tiros, um deles pelas costas. Os procuradores narram que os acusados seguiram a embarcação do indigenista e do jornalista, sem que eles percebessem, "efetuando os disparos fatais pelas costas das vítimas, dificultando a possibilidade de resistência". "Mesmo estando Bruno já desfalecido, dispararam ainda mais um tiro em seu rosto", diz a peça de acusação.

Já Dom foi assassinado por estar acompanhando o indigenista na visita ao Vale do Javari (AM) e se deu para "assegurar a impunidade de tal crime". A denúncia mostra, também, a reprodução de conversas e cita laudos periciais, como análise dos corpos e objetos encontrados durante as investigações.

Além do trio denunciado pelo MPF, também foi levado para Manaus Rubens Villar Coelho, o Colômbia, que foi citado em meio às investigações. Apontado como financiador da pesca ilegal na região e ligado a Amarildo, foi detido por uso de documento falso quando compareceu à delegacia da PF para "negar envolvimento" com o crime. Colômbia segue preso pela PF até que sua identidade seja verificada e, também, porque a polícia teme que ele fuja do país.

A denúncia deixa claro que as investigações sobre o caso seguem, "a fim de esclarecer a autoria e participação dos demais agentes na prática da ocultação dos cadáveres e do próprio homicídio".

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