Rio de Janeiro

Bicheiros presos e miliciano assassinado

João Gabriel Freitas*
postado em 05/08/2022 00:01
 (crédito:  Ramon Lisboa/Estado de Minas)
(crédito: Ramon Lisboa/Estado de Minas)

O ex-vereador do Rio de Janeiro Jerônimo Guimarães Filho, conhecido como Jerominho, morreu após ser baleado, na tarde de ontem, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Jerominho era apontado como um dos fundadores de uma das maiores milícias do estado. A Polícia Militar informou que o ex-parlamentar foi atingido em plena luz do dia por dois disparos de fuzil, no tronco e na perna, e não resistiu aos ferimentos. O cunhado dele também foi alvejado e está sob cuidados médicos no Hospital Municipal Rocha Faria.

A PM intensificou o policiamento no bairro, um dos redutos eleitorais do ex-vereador. O crime aconteceu em frente a uma instituição social mantida por ele. Jerominho elegeu-se duas vezes para a Câmara de Vereadores da capital fluminense, entre 2000 e 2008. No entanto, ele não completou o segundo mandato. Foi preso em 2007 junto com o irmão, Natalino Guimarães.

Os dois, que cumpriram pena até 2018, são apontados como fundadores da Liga da Justiça, milícia responsável pela prática de homicídios e extorsões a comerciantes e moradores da Zona Oeste da cidade e áreas da Baixada Fluminense.

Jerominho e o irmão foram alvo da CPI das Milícias da Assembleia Legislativa, presidida pelo então deputado estadual Marcelo Freixo, atualmente candidato do PSB ao governo do estado. A investigação parlamentar indiciou 227 pessoas e chegou ao fim em 2008 como um marco do combate ao crime organizado no Rio de Janeiro. Em 2022, o ex-vereador voltou à prisão por crime de extorsão a mão armada, praticado em 2005, mas foi solto e respondia pelo crime em liberdade.

Pai e filho

O bicheiro Rogério Andrade foi preso ontem por força de um novo mandado de prisão expedido pela Justiça do Rio de Janeiro. A decisão foi da 1ª Vara Criminal Especializada da capital fluminense. Ele estava foragido desde maio, mas o pedido de prisão dele foi revogado, na última segunda-feira, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques.

Ontem, uma operação do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Polícia Federal (PF) encontrou documentos que revelam "uma sistemática cadeia de corrupção mantida de forma persistente com instituições de segurança", segundo apuração da TV Globo.

A mesma ação prendeu, poucas horas antes, o filho do bicheiro, Gustavo Andrade. Ele estava no condomínio residencial Vale do Sossego, em Itaipava, Petrópolis, região serrana do Rio. Os dois foram alvo da Operação Calígula, do Ministério Público, contra operadores ilegais de jogos azar. Rogério era procurado desde o início da investigação, que levou à cadeia os delegados Marcos Cipriano e Adriana Belém.

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio, o contraventor ampliou seus negócios de jogos de azar em várias regiões do estado e está ligado a crimes como corrupção ativa, extorsão, lavagem de dinheiro, ameaça, homicídio, entre outros.

*Estagiários sob a supervisão de Vinicius Doria

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