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Loterias Caixa comemoram 60 anos e devem arrecadar R$ 20 bi apenas em 2022

Seis décadas depois do primeiro sorteio organizado pelo Estado, Loterias Caixa comemoram o recorde de arrecadação em 2022, com R$ 9,5 bilhões investidos para a sociedade e planos de diversificar as modalidades de apostas

Taísa Medeiros
postado em 16/09/2022 03:55 / atualizado em 16/09/2022 06:57
 (crédito: Reprodução/Loterias Caixa)
(crédito: Reprodução/Loterias Caixa)

Há seis décadas, as Loterias Caixa começaram a trajetória rumo à consolidação, junto ao Estado, de um sistema de sorteios regulamentado e com amplo papel social. Ontem, a entidade responsável pela realização de apostas comemorou 60 anos de atividade com projeções positivas e ambiciosas para as próximas décadas — especialmente no âmbito do fomento às políticas de inclusão.

Somente no último mês de julho, foram R$ 730.555,00 repassados para projetos de cunho social — R$ 145.628,00 para segurança pública; R$ 132.599,00 revertidos à iniciativas do esporte; R$ 27.696,00 para projetos voltados para educação, dentre outras. Com a tendência de crescimento das Loterias, o papel social dessas iniciativas também será ampliado. Os repasses a projetos sociais são assegurados pela legislação brasileira.

Esse desempenho é comemorado dentro da instituição. "As loterias Caixa, neste ano de 2022, vão arrecadar cerca de R$ 20 bilhões. Recorde absoluto. E o mais bacana disso é que quase metade desse valor — mais de R$ 9,5 bilhões — são direcionados para os programas sociais das áreas prioritárias do governo federal: saúde, educação, previdência, cultura, esporte, e várias outras", salienta o vice-presidente Agente Operador da Caixa, Edilson Carrogi. "O dinheiro que a loteria angaria traz valor social para todo mundo. Inclusive pra quem nunca fez uma aposta", acrescentou.

Para além dos repasses previstos na Constituição, o papel social das loterias perpassa pelo patrocínio a iniciativas de inclusão social. Com normas mais flexíveis, as Loterias Caixa prezam por fomentar, com essa verba, projetos que deem oportunidade a jovens das periferias a terem contato com modalidades esportivas e culturais, por exemplo. "A loteria entra com recurso de forma responsável, porque não é distribuir dinheiro, é apoiar projetos consistentes", explica Carrogi. Ele cita o exemplo do patrocínio à Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, localizada em Joinville (SC). "A escola recebe, fornece material, fornece a educação para dança, mas também educação formal, e acaba formando não só bailarino não, forma o cidadão", detalha o executivo.

Regulamentação

O cenário de jogos e sorteios no Brasil pode ser ampliado em breve. No Congresso Nacional, tramita o projeto de lei que regulamenta os jogos de azar. A proposta deverá contribuir também para o aumento da arrecadação das Loterias, uma vez que ajudará a abarcar mais modalidades dentro do escopo de jogos oferecidos aos apostadores. O projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados em fevereiro deste ano, mas nunca foi apreciado pelos senadores devido ao período de campanha eleitoral.

Caso vire lei, a tendência é que as Loterias Caixa abracem junto com o Estado brasileiro a regulamentação das novas modalidades. "No segmento de jogos, é a Caixa que tem experiência, credibilidade e a história. Nós é que temos as melhores condições de estarmos juntos com o Estado brasileiro nessas novas modalidades", destaca Carrogi. Para tanto, a entidade contará com os 13 mil empresários que a representam de Norte a Sul, de Leste a Oeste no país.

A capilaridade das lotéricas, para alcançar apostadores de todas as regiões, classes e perfis, é uma das ambições da entidade. No que se refere aos valores das apostas, Carrogi garante que está nos planos trazer de volta jogos mais acessíveis — como as raspadinhas, no valor em torno de R$ 1. "Tem mercado para várias faixas de preço e de premiação. Temos uma área de inteligência e desenvolvimento de produtos de loterias, que estuda o mercado, estuda diversas possibilidades e a gente tem muita coisa boa na esteira, para ser pensado, para ser construído", assegura Carrogi.

À frente da entidade que confere segurança e credibilidade às loterias no Brasil, o executivo considera um amplo horizonte para a atividade. "A Caixa tem muito a oferecer pro Brasil nessa vertente de loterias. A loteria é um serviço público, tem de estar disponível para todos os cidadãos, onde quer que eles estejam", finaliza.

"Vamos quebrar mais um recorde", diz Edilson Carrogi

Entrevista | Edilson Carrogi | Vice-presidente agente operador da CEF

 15/09/2022 Crédito: Carlos Vieira/CB.  Coletiva. 60 anos da Loteria da Caixa Economica. Na Foto Edilson Carroger, vice presidente da CSF.
15/09/2022 Crédito: Carlos Vieira/CB. Coletiva. 60 anos da Loteria da Caixa Economica. Na Foto Edilson Carroger, vice presidente da CSF. (foto: Carlos Vieira/CB/D.A Press)

Além do lançamento do milionária, quais são as outras programações para a comemoração dos 60 anos?

Estamos com uma série de ações. Teve, por exemplo, o lançamento do Caixa Para elas, um programa para valorização das mulheres. Nos sorteios ao vivo, na televisão e na internet, passamos a divulgar informações para as mulheres que estejam sendo vítimas de alguma espécie de assédio ou violência, com um QR Code para entrar em contato via WhatsApp com o órgão governamental de apoio e proteção das mulheres, o disque 180. Além disso, vamos lançar, até o fim do mês, o recibo de apostas da lotérica, que vai passar a conter um QR Code, ao invés do tradicional código de barras. Esse QR Code vai possibilitar a reaposta, que o apostador repita aquele jogo só com a leitura do QR Code. Não precisa mais fazer um novo volante, pedir para o atendente.

O que esperar da Mega da Virada este ano?

Uma certeza eu tenho: a gente vai quebrar mais um recorde. Vamos oferecer um prêmio muito mais do que milionário. A Mega da Virada é uma festa, já está na cultura do brasileiro. No último dia do ano, tem o lugar dela. A ceia é depois da Mega da Virada, porque a gente transmite sempre pela televisão ao vivo. E a gente faz questão disso, para que todo mundo acompanhe.

O sorteio já tem data definida?

Ainda não foi fixada, mas será definida entre 30 e 45 dias antes do sorteio. As casas lotéricas já preparam muito bolão logo no começo, para as pessoas poderem fazer. Então, qual é a dica que a gente dá? Logo no início da venda, já garanta a sua aposta ou o seu bolão, ou os dois. Assim você vai ter bastante tempo pra ir botando fé no sorteio. Ao longo do processo, pode ser que, dependendo da arrecadação, a gente até suba o prêmio inicialmente previsto. Você pode fazer pela lotérica ou pelos canais digitais da Caixa, que são o app e o site de loterias do banco.

Que outros jogos pode-se destacar na virada?

Os três principais jogos das loterias hoje são a Mega, Lotofácil e Quina. A Mega é muito simples de jogar: são só seis números, e ela oferece os maiores prêmios. A Lotofácil também é muito querida dos brasileiros, porque tem uma característica diferente. Você aposta em 15 números entre 25 disponíveis. Ela oferece prêmio de no mínimo R$ 1,5 milhão, mas pode chegar a R$ 10 milhões. E tem a Quina, que é o terceiro produto mais vendido das Loterias Caixa. Ela tem um um preço mais baixo também de R$2,50 — o mesmo preço da Lotofácil. São as três mais queridas dos apostadores. Mas as outras também são muito bem aceitas, como a Dupla Sena, a Time Mania e a mais recente, Milionária.

Como as loterias brasileiras são vistas fora do país?

As loterias da Caixa são muito relevantes no mundo, somos uma das principais. As loterias Caixa, em 2022, vão arrecadar cerca de R$ 20 bilhões. Recorde absoluto. E o mais bacana disso é que quase metade desse valor — mais de R$ 9,5 bilhões — são direcionados para os programas sociais das áreas prioritárias do governo federal: saúde, educação, previdência, cultura, esporte, e várias outras. Então você imagina: esses mais de R$ 9,5 bilhões injetados anualmente em programas como esses ajudam a desenvolver muito a cidadania, e principalmente inclusão social.

E sobre os jogos que aguardam regularização?

A gente ainda não tem, nesse momento, alguns jogos regularizados, como apostas esportivas, bingo, cassino e outros. Mas o Congresso está trabalhando nisso. Lá fora, as loterias e instituições que fazem a gestão dos jogos têm uma arrecadação expressiva, mas considerando todo o portfólio de jogos. Quando se compara só com loterias, as Loterias Caixa estão entre as top 3 do mundo.

Qual seria o papel da Caixa caso a regulamentação dos jogos de azar, em discussão no Congresso, avance?

A ideia da Caixa é ser parceira do Estado brasileiro em todos os negócios que a gente possa agregar valor. E, no segmento de jogos, é a Caixa que tem experiência, credibilidade e a história. Nós é que temos as melhores condições de estarmos juntos com o Estado brasileiro nessas novas modalidades de jogos.

Há chance para um jogo mais popular, em torno de R$ 0,50?

Claro que tem. A gente tem também muito interesse de voltar a operar a raspadinha, que hoje é a Lotex. Ela tem um valor bem menor, normalmente você tem bilhetes que vão às vezes de R$ 1, até R$ 10. Tem mercado para várias faixas de preço e de premiação. A gente lançou Milionária agora, que tem um valor um pouco maior de apostas, R$ 6, mas também é a única que oferece um prêmio mínimo de R$ 10 milhões. A tendência é que esse prêmio vá aumentando muito rapidamente daqui para o fim do ano. 

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