violência

Agentes da PRF que causaram a morte de Genivaldo são denunciados por homicídio

Os denunciados são William de Barros Noia, Kleber Nascimento Freitas e Paulo Rodolpho Lima Nascimento. Eles já haviam sido indicados pela PF por homicídio qualificado e abuso de autoridade

Michelle Portela
postado em 11/10/2022 03:55
 (crédito: Reprodução/Vídeo/Rede Sociais)
(crédito: Reprodução/Vídeo/Rede Sociais)

A Procuradoria da República em Sergipe denunciou os três policiais rodoviários envolvidos na abordagem que causou a morte de Genivaldo de Jesus Santos. Ele foi trancado no porta-malas de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e asfixiado com gás de pimenta.

Os denunciados são William de Barros Noia, Kleber Nascimento Freitas e Paulo Rodolpho Lima Nascimento. Eles já haviam sido indicados pela Polícia Federal (PF) por homicídio qualificado e abuso de autoridade.

A Procuradoria ainda não deu detalhes da denúncia. O órgão pediu o fim do sigilo do caso, que corre na 7ª Vara da Justiça Federal em Sergipe.

A Secretaria de Segurança Pública de Sergipe concluiu, no mês passado, as perícias sobre o crime. Os laudos cadavérico e toxicológico confirmaram que Genivaldo morreu por asfixia mecânica com reação inflamatória das vias aéreas.

O caso aconteceu em maio deste ano em um trecho da BR-101 na altura de Umbaúba, município de 25 mil habitantes no interior de Sergipe. Os policiais rodoviários pararam Genivaldo porque ele pilotava uma moto sem capacete. A abordagem foi filmada por pessoas que tentaram intervir em favor do motociclista, que foi manietado e jogado ao chão por uma dupla de policiais. Um dos que tentaram interceder em favor de Genivaldo foi um sobrinho, mas os agentes não deram ouvidos.

Como ele continuava inquieto e resistindo à ação, foi colocado dentro da viatura da PRF. Nesse momento, um dos policiais lançou a bomba de gás de pimenta. Com as pernas de fora, nas imagens que correram as redes sociais era possível perceber Genivaldo se debatendo para tentar ser liberado. Quando ele parou de mexer as pernas, foi quando os agentes da PRF perceberam que ele havia algo errado — já ali ele tinha morrido asfixiado.

Depois do crime, a família de Genivaldo informou que ele sofria de transtornos mentais e já havia sido diagnosticado com esquizofrenia.

Na semana passada, a Justiça Federal mandou a PRF retomar o ensino de Direitos Humanos nos cursos de formação e reciclagem. O pedido foi feito pelo Ministério Público Federal na esteira da morte de Genivaldo.

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