Meio ambiente

Animais do Cerrado mais ameaçados pela perda do bioma, diz estudo

Segundo o WWF-Brasil, o principal motivo do risco para as espécies é o avanço do agronegócio sobre áreas de vegetação nativa do bioma

João Gabriel Freitas*
postado em 13/10/2022 17:54 / atualizado em 13/10/2022 17:55
 (crédito: Tony Winston/Agência Brasília)
(crédito: Tony Winston/Agência Brasília)

Espécies animais características do Cerrado estão em situação de risco de extinção em razão da redução do bioma, segundo o relatório Planeta Vivo, feito pelo instituto WWF-Brasil. O estudo aponta que a principal ameaça ao Cerrado é a perda de área propícia ao habitat desses animais. Um dos exemplos é o mascote da Copa do Mundo no Brasil, tatu-bola, que perdeu, até 2020, cerca de 50% da sua área de convivência.

Outra espécie típica é o tiriba-do-Paranã, um parente de papagaios e araras, animal endêmico do bioma, que vive apenas na região do Cerrado localizada nos estados de Goiás e Tocantins e que já é considerada como ameaçada de extinção pelo governo brasileiro.

Segundo Mariana Napolitano, gerente de Ciências do WWF-Brasil, o principal motivo do risco para as duas espécies é o avanço do agronegócio sobre áreas de vegetação nativa do bioma. A pesquisadora diz que, em cinco anos, a cultura de soja avançou 9% sobre a área de habitação do tatu-bola, na região dos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, conhecida como Matopiba.

“No caso da tiriba-do-Paranã, a perda de área natural é de 70%. Como ela depende muito das florestas secas que ocorrem nos afloramentos rochosos de calcário da região para procurar alimentos como flores, sementes e frutos, o desmatamento e a conversão de áreas para a plantação de soja e pasto são consideradas as principais ameaças à espécie”, detalha Mariana.

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*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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