'TEMOS QUE VALORIZAR A SAÚDE'

Enfermeira e médico salvam vida de bebê com máscara de oxigênio improvisada

O médico Helyson Diniz contou o caso nas redes e viralizou. Ele espera que os enfermeiros sejam mais valorizados após o viral do caso

Ana Raquel Lelles - Estado de Minas
postado em 28/10/2022 16:44 / atualizado em 28/10/2022 16:44
A intenção do médico ao postar a máscara nas redes sociais foi
A intenção do médico ao postar a máscara nas redes sociais foi "valorizar a inteligência e proatividade da profissional''. - (crédito: Reprodução Redes Sociais)

O médico Helyson Diniz viralizou nas redes sociais com uma publicação sobre uma máscara de oxigênio que foi improvisada por uma enfermeira para atender um paciente de 8 meses. Eles estavam em um hospital no interior do Rio Grande do Norte.

A intenção de postar a máscara nas redes sociais foi “valorizar a inteligência e proatividade da profissional''. A bebê recebeu alta e passa bem. “A enfermeira foi fundamental para o desfecho favorável do paciente. Mudou o rumo da conduta. Quando se tem pessoas capacitadas neste nível, a equipe toda ganha. E o paciente também”, disse o médico.

Para Helyson, “nenhum hospital ou Unidade Básica de Saúde funciona sem enfermeiros”. Ele está cursando uma especialização em medicina de família e comunidade e também faz plantões como clínico geral em cidades no interior do Rio Grande do Norte.

Repercussão

A publicação conta com 98,7 mil curtidas e 8 mil compartilhamentos. Os comentários, em sua maioria, elogiam o trabalho dos profissionais da saúde e levantaram a valorização dos enfermeiros.

Em entrevista ao Estado de Minas, o doutor defendeu o aumento do salário de técnicos de enfermagem. “É um absurdo o quanto essa categoria trabalha em todos os cenários da saúde e mesmo assim não são valorizados, com salários péssimos”, comentou.

“E veja que foi numa cidade do interior nordestino. Temos excelentes profissionais que dão sangue nesses hospitais e Unidades Básicas de Saúde”.

Valorização do SUS

Comentários criticaram o Sistema Único de Saúde na publicação de Helyson. “O SUS não presta”, escreveu um usuário. Estes perfis afirmam que essa situação só aconteceu por conta da baixa qualidade da saúde brasileira, o que foi rebatido pelo médico.

“O desastre da pandemia só não foi maior no Brasil por causa do SUS. O SUS é a única saída para fortalecermos a saúde do Brasil. É uma ignorância dizer que ele não serve, por causa de episódios como esse. Na verdade, são trabalhadoras e trabalhadores do SUS como essa enfermeira que salvam todos os dias”, pontuou.

Helyson disse que os municípios no interior do estado “muitas vezes não recebem recursos adequados para manter um hospital”.

O médico diz que não julga o município ou o hospital porque recebem recursos muito limitados. “Infelizmente não dá pra fazer mágica com pouco recurso. A problemática é muito maior. Vem a nível de governo federal”, disse.


O caso

Por volta de meia noite, pais de uma zona rural foram ao hospital com uma criança de 8 meses que não estava respirando bem. Helyson estava em outro procedimento, mas parou para direcionar sua atenção ao paciente ao bebê.

“Quando cheguei, ela estava sonolenta, mãos e pés roxos, uso da musculatura do abdome para respirar e com a frequência respiratória bem alta, além de saturação de oxigênio muito baixa, de 73%”, contou.

Os profissionais da saúde levam a bebê para a sala de estabilização para começar as medidas de socorro. O primeiro passo seria a “oferta de oxigênio”, mas eles perceberam que não havia uma máscara ideal para uma criança daquela idade.

“Eu fiquei apenas com um pequeno cateter colocando oxigênio em uma das narinas da criança tentando ver se conseguia algum sucesso. Em cinco minutos, a enfermeira chegou com a máscara improvisada, que tinha alguns vazamentos, mas foi o suficiente para melhorar a saturação da criança”, contou.

Eles conseguiram estabilizar a criança e levá-la para uma pediatra em uma cidade próxima. “Felizmente, a pediatra também foi muito atenciosa e fez outras orientações que ajudaram a dar uma estabilidade ainda maior para a paciente e conseguirmos fazer o transporte para o outro hospital”, disse.

A paciente passou alguns dias internada, mas já voltou para casa. O diagnóstico foi um caso de pneumonia, que pode ser grave na idade do bebê caso não seja tratado corretamente, conforme explicou o médico.

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