Eleições 2022

Bloqueio de estradas impacta combustíveis: veja locais afetados em Minas

Sindicatos relatam que bloqueios de rodovias tem prejudicado distribuição aos postos

Clara Mariz - Estado de Minas
postado em 01/11/2022 19:16 / atualizado em 01/11/2022 19:17
Minaspetro afirmou que tem monitorado
Minaspetro afirmou que tem monitorado "em tempo real" os pontos onde há protestos no Estado - (crédito: PRF / Divulgação)

Postos de algumas regiões de Minas Gerais já registram falta de combustíveis. A situação tem se agravado devido aos bloqueios de estradas e rodovias por manifestantes que contestam o resultado das eleições deste ano, com vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL). A informação foi confirmada pelo Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro).

A entidade afirmou que tem monitorado “em tempo real” os pontos onde há protestos no estado e informado aos revendedores que a “situação nas imediações das bases está se agravando”. Entre os trechos fechados, o Minaspetro destacou Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte; Governador Valadares, no Vale do Rio Doce; e Uberaba, no Triângulo Mineiro.

“As bases também estão apresentando problemas de suprimentos (anidro e hidratado), uma vez que os caminhões não conseguem chegar para descarregamento. É importante salientar que a população não faça uma corrida aos postos, pois é justamente essa ação que pode agravar o desabastecimento dos estoques”, disse o sindicato.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos filiados também repudiaram os atos de bolsonaristas nas estradas. Em nota, a entidade reforçou que, no momento, “não existe paralisação de caminhoneiros”.

“O objetivo único [dos atos] é promover baderna e intimidação. Os caminheiros estão sendo reféns e vítimas desses grupos de violência e autoritarismo. A FUP e demais lideranças legítimas de trabalhadores rejeitam com veemência tais atos”.

Bloqueios

Desde a noite de domingo (30/10) há registro de manifestações de bolsonaristas nas principais rodovias de todo o país. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), até as 15h desta terça-feira haviam 152 interdições e 67 bloqueios em 21 estados brasileiros.

Apesar de o movimento ter sido iniciado por caminhoneiros, nem todos os motoristas são favoráveis à manifestação. Outros trabalhadores estão sendo obrigados a ficar parados nas estradas, sob ameaças e condições precárias.

Nesta terça-feira (1/11), Bolsonaro falou pela primeira vez sobre o resultado das urnas. Ele repudiou manifestações que provoquem o “cerceamento do direito de ir e vir”.

“Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir”.

Zema envia forças de segurança

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) se pronunciaram mais cedo sobre os bloqueios em rodovias mineiras.

“Já solicitei às nossas forças de segurança que tomem as medidas necessárias para desobstruir qualquer via ou estrada que esteja interditada por manifestações. A eleição já acabou e agora nós temos que assegurar o direito de todos de ir e vir, e também que as mercadorias cheguem onde precisa para que não haja desabastecimento. Vamos cumprir a lei”, disse Zema pelas redes sociais.

STF determina desbloqueio

A maioria do Superior Tribunal Federal (STF) validou nessa segunda-feira (31/10) a determinação do ministro Alexandre de Moraes à PRF e às polícias militares dos estados para que desbloqueassem as vias públicas interditadas pelos bolsonaristas.

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